Considerando a espiritualidade como importante componente da constituição psicológica dos seres humanos, sendo estudada em vários contextos e por vários pesquisadores, este trabalho investigou possíveis relações da espiritualidade com a saúde, embasando-se na Psicologia Analítica para leitura do fenômeno. O método utilizado na investigação foi a pesquisa bibliográfica e análise teórica de literatura junguiana e não junguiana relacionada à temática. Compreende-se espiritualidade como uma busca pessoal pelo sentido da vida, podendo estar relacionada ao sagrado e ao transcendente. Religião é entendida como um conjunto organizado de crenças, ritos e símbolos que podem ou não promover o contato com o sagrado e o transcendente. Jung não se refere explicitamente ao termo espiritualidade, mas este aparece imbricado em sua obra, especialmente quando ele discorre sobre religião e confissão. Por fim, aborda-se a necessidade de se estudar e discutir a espiritualidade na graduação em psicologia e considerá-la pertinente ao processo psicoterapêutico, sem a adoção de uma postura negligente sobre o fenômeno espiritualidade e processo de individuação.
Palavras-Chave: Espiritualidade; Individuação; Psicologia Analítica.
Temos como objetivo apresentar como um sujeito, em sua experiência psicótica, pode se beneficiar do atendimento individual apoiado na psicologia junguiana. O trabalho constitui-se a partir do estudo do desenvolvimento psicológico de uma usuária de um Centro de Atenção Psicossocial, em município do interior do nordeste brasileiro, enquanto acompanhada por um profissional de psicologia que trabalhou com o método junguiano. Trata-se de um estudo qualitativo abordado pelo relato de caso; as fontes das informações são o prontuário da paciente no Centro de Atenção Psicossocial e o diário de campo das observações clínicas, convertidos em dados pelo processo empírico-descritivo. Os dados são os relatos resultantes de um processo terapêutico abordado segundo o método redutivo e construtivo de Jung. A análise se orienta das interpretações redutiva e construtiva, articuladas como reflexão complementar aos significados já produzidos no próprio processo analítico. O acompanhamento contribuiu para a reconstrução do sentido de estar viva da mulher através da integração da experiência com a superação do sentido "doença mental" para "saúde mental", reduzindo o uso de antipsicóticos e a ocorrência das crises psicóticas e superando o efeito colateral de embotamento afetivo com uma reabilitação psicossocial germinal de sentido para a vida.
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