Este estudo problematiza a atenção em saúde mental, resgatando a cultura popular como forma de encontro afetivo, cuidado e criação na clínica do sofrimento psíquico grave. Por meio de reflexão teórica, articularemos o conceito de cultura popular à noção de presença sensível e ambiente suficientemente bom. Compreendemos a cultura popular, no campo da saúde mental, pelo jogo do conformismo e da resistência frente à cultura hegemônica. Ressaltamos a importância de uma atenção sensível aos modos de expressão da cultura popular no cotidiano dos serviços de saúde mental, a partir de uma postura ética e estética frente ao sofrimento psíquico grave.
Objetivo: Identificar se para os usuários de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) a oficina de música é considerada como dispositivo de cuidado à saúde mental. Métodos: Trata-se de uma pesquisa exploratória de campo de cunho qualitativo, que se desenvolveu obedecendo às seguintes etapas: coleta de dados através da aplicação de entrevistas narrativas com usuários de um CAPS e análise dos dados coletados com base na hermenêutica da profundidade. Resultados: Foi possível observar a importância de uma terapêutica que trabalha a arte, cultura e música na qual os usuários são os protagonistas, destacando a criação de vínculos por meio da convivência e reabilitação social, que podem ser observados na maneira em que a experiência do grupo reverbera no cotidiano das relações pessoais dos participantes. Conclusão: A pesquisa contribui para a melhora do entendimento acerca do papel de uma oficina de música como instrumento terapêutico nos serviços substitutivos de saúde mental. O estudo possui limitações com relação a amostra ter sido pequena e analisada em um contexto regional.
O presente artigo busca investigar o campo da psicose e sua relação com fenômenos relativos à espiritualidade. Ao longo da história da psiquiatria, a loucura foi destituída de sua dimensão espiritual com uma compreensão científica dos fenômenos; porém, a nosografia médica também operou uma redução do fenômeno apenas à dimensão descritiva. Neste artigo foi realizada uma revisão teórica narrativa sobre a temática de espiritualidade, emergência espiritual, processos de renovação, psicose e tratamentos para além da medicação. A revisão de literatura sinaliza que as crises psicóticas não necessariamente indicam o desenvolvimento de uma esquizofrenia e que essa crise também pode carregar um potencial transformador. Por fim, reflete-se como a dimensão religiosa pode ser acolhida em um atendimento psicológico ético e sua importância para o acolhimento de crises psicóticas.
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