Resumo: Este artigo buscou compreender como estão organizados os currículos dos cursos de Pedagogia das instituições públicas do estado do Paraná. Para tanto, foi realizado um levantamento das contribuições que os Projetos Pedagógicos dos cursos trazem para a formação dos pedagogos nessas instituições. Em primeiro lugar, traz-se um olhar para a organização do trabalho do pedagogo no Paraná, considerando diferentes períodos e, também, os momentos pelos quais a formação desses profissionais passou. Em seguida, apresentam-se os cursos de pedagogia nas IES públicas do estado a partir da análise dos Projetos Pedagógicos disponíveis nos sites das instituições. Os resultados apontam que há matrizes curriculares diversas e sob fundamentos teóricos diferentes, de modo a promover a formação de pedagogos no estado com uma pluralidade de concepções. Considera-se, portanto, que a formação inicial do pedagogo no Paraná prevê um árduo trabalho com os fundamentos da educação e com as práticas de ensino na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Palavras-chave: Pedagogia. Formação do pedagogo. Universidade pública.
Este artigo tem como objetivo discutir a proposta de formação profi ssional da Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Para tanto, parte-se de um estudo de natureza qualitativa, a partir de uma discussão fundamentada teoricamente. O texto faz uma análise crítica dessa proposta, bem como tensiona as competências que a balizam. No Brasil, após o Golpe de 2016, o campo educacional tem sofrido profundas mudanças, emergindo, assim, uma tentativa de desconstrução da valorização simbólica do professor perante a sociedade. As instituições formativas e os professores passaram a sofrer perseguições, há ocorrências de uma série de medidas que restringem o direito à educação pública e de precariedade do trabalho do professor, além do descaso com o financiamento da Educação Básica (o Fundeb), do desinvestimento em estratégias para alcançar as metas do Plano Nacional de Educação e a aprovação da Base Nacional Curricular Comum (BNCC). Na mesma esteira, ocorreu a revogação impositiva da Resolução CNE/CP No 2/2015 e a aprovação da Resolução CNE/CP No 2/2019, que define a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a BNC-Formação. Este estudo aponta que, para cumprir com o alinhamento da BNCC da Educação Básica e da BNC-Formação, se minimiza a sólida formação teórica no campo dos fundamentos da educação e se maximizam os conteúdos da Educação Básica, dando, assim, importância a uma visão técnica e instrumental do ensino.
Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa quali-quantitativa realizada com 84 professores iniciantes atuantes na Educação Básica e no Ensino Superior, de 15 estados brasileiros. O estudo teve por objetivo compreender as vivências e experiências dos professores iniciantes sobre o trabalho docente no período de isolamento social devido à Covid-19. Para a obtenção dos dados, utilizou-se um questionário disponibilizado via Google Forms em rede social. Para a codificação e organização quantitativa dos dados coletados, utilizamos o IRAMUTEQ, software gratuito e desenvolvido sob a lógica do open source. Trata-se de um ambiente estatístico ancorado no software R e na linguagem python. Neste estudo, utilizamos a análise de similitude que se pauta na frequência de palavras e na teoria dos grafos, possibilitando identificar as coocorrências entre as palavras e possíveis relações existentes entre os termos. Para análise qualitativa dos dados, utilizou-se a Análise de Conteúdo (Bardin, 2016). A pesquisa revela que os aspectos relacionados à desprofissionalização docente foram intensificados na pandemia. Permitiu também constatar que os professores, movidos pelo compromisso político e ético, encaminham-se para uma ação que se propõe a superar o que é oferecido ou negado em termos de condições de trabalho. Os professores participantes atuaram com as (im) possibilidades e (im) previsibilidades que se apresentaram na escola (e fora dela) e estabeleceram um caminho possível.
O reconhecimento de que o processo de redemocratização em curso no âmbito do Estado brasileiro não representa uma ruptura com o disciplinamento societário capital, mas um reordenamento de seu metabolismo social, além de subscrever o conceito de democracia movimentado pela escola ao ideário da democracia de mercado, reconhece a própria escola, e o conjunto dos processos formativos que ela constrói, disciplinada pela relação trabalho e educação mediada pelo capital.Esta subordinação agressiva chega na educação, ou seja, nas estratégias e instrumentos de reprodução destas relações sociais, tanto pelo seu disciplinamento técnico-pedagógico, inscrevendo os processos educacionais, assim como o trabalho, à proposta de ativo do capital, quanto pela flexibilização político-legal, comumente expressa no conjunto de reformas de mercado para a educação, aqui, tendo como representativa o reformismo curricular, com forte impacto para as políticas de formação de professores (RIBEIRO; GIARETA, 2020).Estas reformas ganham consistência no sistema educacional Brasileiro, a partir da Constituição de 1988, viabilizando a discussão e elaboração de políticas assentadas sobre o ideário de currículo mínimo, currículo comum, parâmetros curriculares, diretrizes curriculares (CIAVATTA; RAMOS, 2012) e, atualmente, a denominada Base Nacional Comum Curricular (BNCC), com impacto direto sobre a política de formação de professores.Assim, as reformas do Estado brasileiro alinhadas às matrizes neoliberais, assumidas no denominado Consenso de Washington (1989), enquanto ideário políticoeconômico de reprodução das condições sociais capitalistas (MEIRA; GIARETA, 2020), responde pela sociabilidade que despontou no Brasil nos anos 1990 "[...] demandando uma educação capaz de conformar o 'novo homem' de acordo com os pressupostos técnicos, psicológicos, emocionais, morais e ético-políticos da 'flexibilização' do trabalho" (FALLEIROS, 2005, p. 211). Ordenamento que encontra aderência, inicialmente, na política dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), enquanto política de parametrização e
A formação docente no Brasil é lócus de disputas e relações de poder. A partir de uma abordagem qualitativa, este artigo objetiva discutir e fomentar o debate, sobre a concepção de formação de professores presente na Resolução no 02/2019 (BNC – Formação). Inferimos que a resolução alinha a formação docente para uma estrita reprodução de competências impostas pela BNCC e BNC-Formação, o que retira os professores da centralidade de seu trabalho e restringe a intelectualidade da profissão docente. Verificamos que, além da perspectiva alinhada às competências, a concepção de formação docente da Resolução no 02/2019 se aporta em uma dimensão técnica e instrumental, pois sobreleva a prática e minimiza a teoria. Tal situação leva à uma padronização do trabalho docente e à redução da prática para o sentido utilitário a partir do domínio de conteúdos e conhecimentos técnicos. Assim, a concepção de formação docente contida nos excertos do documento demonstra um viés técnico, praticista e utilitarista, envergando a educação brasileira para um indistinguível retrocesso que implica ainda mais na profunda precarização do trabalho docente.
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