Resumo O presente artigo busca ensaiar um pensamento-corpo que permita conceber a comunicação como um processo no qual corpo, linguagem e real estejam integrados e sejam elementos vivos, animados por um mesmo sopro que os atravessa. Para tanto, observamos a noção de Exu Bará para os nagôs afro-brasileiros tal como é vivida nos terreiros. Analisamos seus mitos e sua linguagem, suas formas de manifestação, seus gestos para apreender seu sentido semântico e sensorial. Adotamos uma metodologia poética na tentativa de alcançar um pensamento em movimento. E chegamos a uma representação geométrica para o corpo que qualii camos de artístico-i losói ca e que i gura o corpo como uma rosa no centro de um losango, um elemento vivo em plena interação dinâmica com o seu meio.
Palavras-chave:Comunicação; corpo; linguagem; Exu; sopro.
BODY, LANGUAGE AND THE REAL: THE BREATH OF EXU BARÁ AND ITS PLACE IN COMMUNICATIONAbstract h e present article seeks to essay a body-thought that allows perceiving communication as a process in which body, language and real are integrated, living elements, animated by the same breath that crosses them. To this end, we look at the notion of Exu Bará for Afro-Brazilian nagôs as experienced in its communities. We analyze its myths and its language, its forms of manifestation, his gestures, to seize its semantic and sensorial sense. We adopt a poetic methodology in an attempt to achieve a thought in motion. And we came to a geometric representation for the body, qualii ed as philosophical and artistic, that i gures the body like a rose in the centre of a rhombus, a living element in broad dynamic interaction with its environment. Partimos aqui da necessidade de construir um pensamento que permita conceber a comunicação como um processo no qual corpo, linguagem e real estejam integrados e sejam elementos vivos, animados por um mesmo "sopro" (FÉDIDA, 1985) que os atravessa, ainda que na modalidade do invisível e -talvez -do incompreensível. Como linguagem, entendemos a ini nitude das combinações possíveis entre palavras, imagens e imaginação, todas elas atravessadas pelo sopro que anima a fala e o gesto. Como noção experimental para esse pensamento, convocaremos Exu Bará1 e analisaremos seu papel na comunicação e na constituição de uma ontologia possível para os nagôs da África e do Brasil. Para tanto, será preciso pensar o incompreensível e recorrer, uma vez mais, à poética como única maneira de vincular na linguagem a "memória inconsciente", o "passado Esta obra tem licença Creative Commons
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