A raiva é uma antropozoonose viral que cursa com encefalite aguda, transmitida por mamíferos e com letalidade próxima de 100%. Um programa de controle da raiva deve ter como pilares prioritários, em sequência de prioridade, a vigilância epidemiológica, a imunização e o controle da população canina. O objetivo geral do presente trabalho é descrever a cobertura vacinal contra a raiva animal no período 2012-2016 e os fatores de risco para raiva humana no município de Niterói, RJ. Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva desenvolvida com base em análise documental e dados secundários. Os resultados encontrados permitem concluir que há uma série de fatores condicionantes e determinantes que podem propiciar o aparecimento de casos de raiva animal e humana no município de Niterói. Dentre esses fatores pode-se destacar a cobertura vacinal animal frequentemente aquém da meta proposta pelo Ministério da Saúde; a existência de casos de atendimento antirrábico humano quando nem sempre há soro e vacina disponível para que se tomem as medidas preventivas preconizadas; um número considerável de reclamações da população em relação a morcegos, o que evidencia a proximidade que os morcegoss vêm tendo com a população humana; a existência de grupos de primatas não humanos interagindo com a população humana e a reconhecida circulação do vírus da raiva em morcegos no município. Nesse contexto, acredita-se que esforços devem ser envidados pelo poder público no sentido de atuar sobre os referidos fatores de risco visando reverter a situação descrita, priorizar os pilares defendidos pela Organização Mundial de Saúde para o controle da raiva, que são a vigilância epidemiológica, a imunização e o controle da população animal, além de investir substancialmente em ações de educação em saúde que, de maneira transversal, vai atuar sinergicamente na desconstrução da situação de risco encontrada.
ResumoA raiva é uma antropozoonose que afeta mamíferos, com letalidade próxima de 100%. O morcego é responsável pelo ciclo aéreo da enfermidade, o qual vem ganhando importância nos últimos anos. O presente manuscrito descreve um caso de raiva em morcego não hematófago ocorrido em 2013 na área urbana de Niterói, RJ. Através de seu sistema de vigilância passiva, o Centro de Controle de Zoonoses de Niterói (CCZ) recebeu uma notificação de presença de morcego com alterações clínicas em uma escola. O animal foi encaminhado para diagnóstico no laboratório de referência e o resultado das análises foi positivo para raiva tanto por Imunofluorescência Direta como por Inoculação Intracerebral em Camundongos Lactentes. De posse do resultado foi feita a notificação à Secretaria de Estado de Saúde e ao Sistema de Informação de Agravo de Notificação. Além disso, o setor de vigilância epidemiológica municipal procedeu à identificação dos indivíduos que tiveram contato com o animal, os quais foram encaminhados para avaliação médica e realização de soro-vacinação. O CCZ efetuou inspeção do local onde o morcego foi capturado e sugeriu modificações ambientais e realização de atividades educativas. Foi efetuado bloqueio vacinal em cães e gatos num raio de 500 metros do local de captura do animal. Conclui-se que há circulação ativa do vírus da raiva variante de morcegos no município. O ocorrido reforça a necessidade de manutenção da vigilância passiva, intensificação do monitoramento da circulação viral em morcegos e desenvolvimento de ações educativas junto à população em geral e aos profissionais de saúde.Palavras-chave: vigilância, centro de controle de zoonoses, antropozoonose.
A raiva é uma doença viral gravíssima que pode afetar todos os mamíferos. Trata-se de um estudo exploratório descritivo documental desenvolvido a partir dos dados do Centro de Controle de Zoonoses do município de Niterói, RJ. No mês de julho de 2018 ocorreram três casos de raiva em morcegos, diagnosticados por imunofluorescência direta e inoculação em camundongos, todos envolvendo Artibeus sp. e localizados numa pequena área do bairro São Francisco. O Centro de Controle de Zoonoses desenvolveu uma série de ações visando impedir a transmissão da doença para humanos e outras espécies de animais. Os resultados sugerem um possível surto de raiva em morcegos no bairro São Francisco, em julho de 2018. A ocorrência de um evento desse em um bairro da área urbana de uma metrópole pode ser considerado um fator preocupante pela possibilidade de ocorrência de casos da doença em humanos ou animais domésticos, principalmente tendo em vista a existência dos demais fatores condicionantes e determinantes da ocorrência da enfermidade encontrados no município. Nesse sentido, esforços devem ser envidados pelo poder público no sentido de eliminar ou mitigar tais fatores, visando salvaguardar a saúde da população.
Os pombos são fonte de incômodo para muitas pessoas e geram reclamações da população em diversos países do mundo em consequência da superpopulação e de suas características sinantrópicas. Foi efetuado um levantamento documental dos registros de reclamações da comunidade sobre o assunto feitas ao Centro de Controle de Zoonoses de Niterói, RJ, no período 2009-2013. Os dados foram espacializados em função das regiões administrativas e bairros. A análise foi realizada por meio de técnicas de estatística descritiva. Os resultados encontrados foram correlacionados em relação ao tamanho da população, à temperatura mensal média e à renda por domicílio. Houve média de 50,2 reclamações por ano. Foram encontradas correlação fortemente positiva com o tamanho da população humana e correlação fraca com a renda por domicílio. As reclamações apresentaram um caráter sazonal, com predomínio no outono e no inverno, e correlação negativa com a temperatura média mensal. A distribuição das reclamações vem se expandindo para novas áreas, havendo, ainda, bairros em que o problema persiste e aqueles em que nunca houve reclamações. Com relação à sazonalidade encontrada, maiores estudos deverão ser realizados para se confirmar a existência de uma relação com aspectos biológicos ou comportamentais dos pombos em Niterói.
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