Instituição: FACULDADE DE MEDICINA NOVA ESPERANÇA Apresentação do caso: Paciente, sexo feminino, 75 anos, caucasiana, natural de João Pessoa (PB), portadora de diabetes mellitus tipo 1, com histórico de nefrectomia à direita há sete anos por neoplasia renal. A paciente referia sintomas inespecíficos, como astenia e empachamento. Exame físico sem alterações significativas. Bioquímica evidenciou hipercalcemia, hipofosfatemia e dosagem de PTH intacto elevado (sugestivo de hiperparatireoidismo primário). O estudo ultrassonográfico de tireoide constatou dimensões aumentadas da glândula, contornos lobulados e ecotextura heterogênea por múltiplas imagens nodulares mistas com áreas císticas de permeio e captação pela cintilografia, achados conclusivos para tumor de tireoide. Tomografia de abdome com sinais de atrofia do corpo pancreático (sugestivo de pancreatite prévia). PET-CT evidenciou tumores de natureza mista em região pancreática. Mediante o quadro apresentado suspeitou-se de Neoplasia Endócrina Múltipla tipo 1. O procedimento cirúrgico proposto, mediante os achados, foi inicialmente a cirurgia pancreatectomia parcial por videolaparoscopia. Entretanto, as dimensões, as irregularidades do tumor e a sua localização no colo pancreático, que já apresentava íntimo da veia cava inferior, impossibilitaram essa abordagem, optou-se por reverter o procedimento para laparotomia, executando pancreatectomia total com esplenectomia. Análise anatomopatológica, evidenciou um adenocarcinoma pancreático com invasão para gordura peripancreática. A paciente evoluiu sem intercorrências, recebendo alta hospitalar e acompanhamento multiprofissional. Discussão: Estudos apontam uma prevalência de tumores enteropancreáticas em aproximadamente 30% a 70% dos pacientes que possuem a Neoplasia Endócrina Múltipla tipo 1, e 90% apresentam adenoma em paratireoide. O procedimento cirúrgico mediante o Guidelines deve ser considerado para tumores pancreáticos não funcionante acima de um centímetro ou que demonstrem crescimento significativo ao longo de seis a doze meses, e para todos funcionantes sintomáticos. O tumor pancreático em discussão apresentou-se acima de um centímetro e não funcionante, validando a decisão da escolha cirúrgica. Conclusão: As decisões cirúrgicas para neoplasia pancreática devem ser individualizadas, de acordo com os tipos de tumores, a operabilidade do paciente e a ressecabilidade, bem como seu estadiamento.
ABCDExpress 2017;1(2):443Codigo: 61628 Acesso está disponível em www.revistaabcd.com.br e www.sbad2017.com.br Acesso pelo