Este estudo visa apreender as perspectivas assumidas pelos jornais eletrônicos no Brasil em relação ao trabalho intermitente. Foram analisadas 247 matérias que abordaram os radicais “trabalho intermitente” e “contrato intermitente” no período entre 31/07/2017 à 31/01/2020, nos dois jornais eletrônicos mais acessados do Brasil (IVC, 2020), e ancoradas na Teoria das Representações Sociais. Os dados foram analisados a partir da análise de conteúdo temática proposta por Bardin (2011) e organizada em quatro categorias: 1) Favoráveis ao trabalho intermitente; 2) Desfavoráveis ao trabalho intermitente; 3) Homogêneas; e 4) Nulas. Os resultados apresentaram predominância de conteúdos favoráveis ao trabalho intermitente, demonstrando irem contra a direção do que vem sendo discutido pela comunidade científica e revelando o alinhamento da mídia eletrônica aos interesses capitais. Evidenciou-se que a mídia tende a objetificar o trabalho intermitente como modernização do trabalho e se ancora nas diretrizes neoliberais.
Este estudo objetiva compreender as percepções de trabalhadores intermitentes sobre a nova modalidade intermitente. Foram entrevistados 15 participantes individualmente e utilizado um roteiro de entrevista semiestruturado. Os dados foram tratados a partir da análise de conteúdo temática proposta por Bardin (2011), ancorados no aporte teórico da Psicodinâmica do Trabalho e dispostos em três categorias: 1) O que é o contrato intermitente; 2) As vantagens; e 3) As desvantagens. Os resultados indicaram predomínio de relatos que expressaram aspectos negativos da experiência de trabalhar como intermitente, como a instabilidade financeira, baixa remuneração, maior controle do empregador sobre o empregado e a imprevisibilidade de prestação de serviço, os quais correspondem aos riscos psicossociais e a precarização do trabalho. Conclui-se a necessidade de aproximar o trabalhador intermitente para o centro das práticas políticas, econômicas, sociais e de negócios.
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