Estudos recentes na Periodontia têm demonstrado que a severidade e a progressão da doença periodontal pode ser influenciada por fatores comportamentais, ambientais e genéticos. Entre esses fatores, o estresse tem recebido atenção crescente, nos últimos anos, como possível fator de risco à doença. Estudos no campo da psiconeuroimunologia suportam a hipótese de que fatores psicossociais possuem relação significante com diferentes desfechos clínicos, tais como doenças infecciosas, diabetes, câncer e doença periodontal. Os efeitos do estresse sobre o sistema imune ocorrem por duas vias principais de ligação "mente-corpo", que são o Sistema Nervoso Simpático (SNS) e o eixo Hipotálamo-Hipófise-Adrenal (HHA). O estresse agudo está relacionado com ativação do SNS e com aumento dos níveis de catecolaminas no sangue, o que vai acarretar alterações transitórias no número e na atividade dos leucócitos do plasma. Já o estresse persistente ou crônico é responsável pela ativação do eixo HHA, com liberação do hormônio glicocorticoide (cortisol) que está associado à diminuição das funções imunes, que podem perdurar por vários dias ou meses. Nessa perspectiva, o objetivo deste trabalho é fazer uma análise da literatura a respeito dos mecanismos envolvidos na resposta ao estresse, dos efeitos do estresse sobre a imunidade e dos trabalhos que apontaram associação entre o estresse e a doença periodontal.
IntroduçãoA cárie dental consiste em uma doença crôni-ca, infecciosa e de alta prevalência, que provoca a desmineralização irreversível dos tecidos mineralizados dos dentes. Também se caracteriza como um processo multifatorial, visto que exige a interação de diversos fatores para que a doença se estabeleça 1,2 . Pode-se dizer que enquanto houver um equilí-brio no processo de desmineralização e remineralização o indivíduo está isento de cárie, porém não está imune. Se esse equilíbrio for quebrado, haverá uma situação de cariogenicidade que pode evoluir para o aparecimento da mancha branca ativa e, futuramente, a cavitação do dente. O desafio cariogênico pode ser intensificado pelo aumento na freqüência de ingestão de sacarose e pelo aumento no intervalo de tempo para o controle mecânico perió-dico do biofilme microbiano³.O controle mecânico do biofilme promove uma desorganização da massa bacteriana presente no dente e, ainda hoje, é a forma mais segura para a conservação da saúde bucal, prevenindo o processo da cárie e de outras doenças, como a gengivite. Contudo, pela alta prevalência dessas doenças na população, entende-se que muitos indivíduos apresentam deficiência no padrão e na qualidade de seu hábito de higiene oral. Logo, o interesse pelo controle quí-mico do biofilme dental vem sendo bastante estudado por caracterizar-se como uma alternativa que se
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