Dado o cenário globalizado (KUMARAVADIVELU, 2006a, 2006b; CANAGARAJAH, 2005), hiper-semiotizado (FABRÍCIO, 2006) e mercadologizado (FABRÍCIO; SANTOS, 2006; FAIRCLOUGH, 1992) do mundo contemporâneo, o Inglês como Lingua Franca (ILF) vincula-se à promessa de participação em uma comunidade imaginada (ANDERSON, 2008 [1991]). Na medida em que a expansão do ILF configura uma forma de localismo globalizado (SOUSA SANTOS, 1997), alternativas insurgentes propõem ressignificar essa língua como espaço/instrumento para atos de cosmopolitismo (SOUSA SANTOS, 1997). Este artigo visa a investigar as contribuições de um instrumento pedagógico, o Projeto Temático de Multiletramentos Críticos (PTMC), arquitetado à luz da pedagogia do letramento sociointeracional crítico (TILIO, 2015, 2017, 2019), fundamentada no ensino por multiletramentos críticos (THE NEW LONDON GROUP, 1996), com vistas ao desenvolvimento da cidadania. Nosso objeto de análise, concebido em um projeto de extensão, consiste em um perfil aberto, colaborativamente construído por aprendizes-autora/es, na rede social Instagram, em resposta ao PTMC intitulado @WeAreBrazilianVoices. Em nossa investigação, buscamos levantar e processar dados gerados no perfil e interpretá-los à luz de postulados teóricos advindos do Círculo de Bakhtin. De modo geral, observamos que o modelo de PTMC pode contribuir para uma educação linguística mais eticamente comprometida com um potencial uso intervencionista do ILF.