A constituição de áreas verdes em Belém do Pará sempre esteve associada às dinâmicas socioeconômicas que consolidaram o binômio centro-periferia. Destarte, este estudo relacionou qualitativamente a implantação e manutenção de espaços verdes urbanos aos perfis socioeconômicos da “cidade das mangueiras”, investigando se a arborização planejada estaria associada à dinâmica imobiliária de áreas economicamente atrativas. Metodologicamente, utilizou-se uma compilação de pesquisas sobre a arborização urbana juntamente com registros georreferenciados para constatar a dicotomia socioambiental existente. Os resultados indicaram que áreas centrais possuem sistemas arbóreos planejados e de grande porte, demarcando paisagisticamente territórios elitizados. Ademais, identificou-se que o atual desenvolvimento arbóreo é delineado por interesses imobiliários de capitalização do solo urbano, produzindo espaços verdes como instrumentos de valorização e distinção socioeconômica - fenômeno denominado privilégio verde. Nas periferias, a arborização é não planejada, pontual e arbustiva, dificultando a criação de espaços socioambientais adequados, destacando que a ocorrência arbórea disforme desenvolve problemas de saúde pública, lazer e incompatibilidade com as redes de infraestrutura. Assim, concluiu-se que o direito à cidade arborizada, derivação ecológica da teoria de Lefebvre (1991), distancia-se da realidade belenense ao evidenciar o privilégio verde sobreposto às políticas públicas de bem-estar socioambiental, indicando a concepção de um modelo dicotômico de urbanização.
Urban hydrographic basins are susceptible to the intensive anthropic action of the surroundings, which insufficiently ordered spatial occupation results in losses for both the population and the environment. In this regard, knowing the morphological characteristics of hydrographic basins is a fundamental step in the construction of public policies for the sustainable management of urban waters. With this in mind, this study aimed to carry out the morphometric characterization of the hydrographic basin of the Igarapé Quarenta Horas, located in the municipality of Ananindeua-PA, Northern Brazil. The methods involved GIS tools and the application of Digital Elevation Models, which allowed quantifying geometric, drainage, and relief network characteristics, resulting in 33 identified variables. Results indicated the basin has satisfactory drainage conditions with no tendency to flood. However, this municipality has the lowest level of basic sanitation in Brazil, which justifies the occurrence of constant flooding even with the natural morphometric facility of that area.
Espaços verdes urbanos comumente utilizados podem não possuir qualidade paisagística suficiente para promover saúde, bem-estar e convívio social. Na contramão disso, espaços qualificados que não se conectam com os modos locais de se apropriar da paisagem tornam-se subutilizados. Por isso, é imprescindível que os conceitos de qualidade e usabilidade da paisagem estejam interligados, embora isso depreenda desafios no projeto e gerenciamento da paisagem. Nessa perspectiva, este estudo objetivou identificar como a usabilidade e as dimensões da paisagem influenciam na percepção da qualidade paisagística da Praça Batista Campos, Norte do Brasil. Para isso, empregou-se um questionário sobre a percepção de 131 respondentes de 12 estados brasileiros para avaliar a praça a partir da técnica de auditoria virtual. As respostas, modeladas em regressões tobit, indicaram que a qualidade da paisagem está intimamente relacionada com a diversidade florística, cuidado diário com o espaço e estética. Respondentes com maior faixa etária tenderam a apresentar as melhores avaliações, enquanto a prática de atividades físicas configurou-se fundamental para obtenção da qualidade paisagística. Conclusões ponderaram que a percepção de indivíduos sobre a qualidade da paisagem está mais associada às condições de uso ativo dos espaços verdes, tendência crescente em uma sociedade pós-pandêmica.
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