As crises hiperglicêmicas são complicações agudas, muitas vezes advindas do Diabetes mellitus (DM), que estão diretamente relacionadas com a hiperglicemia. Sendo importantes causas de internação e também de óbito no ambiente hospitalar. Tais crises podem se apresentar através da cetoacidose diabética (CAD), ou do estado hiperglicêmico hiperosmolar (EHH). A patogênese envolvida na CAD envolve deficiência de insulina, associado com um aumento nos hormônios contrarregulatórios, resultando em hiperglicemia e um grande estado catabólico, fato que pode resultar em gliconeogênese, lipólise, cetogênese e formação excessiva de ácidos cetônicos, podendo causar acidose metabólica grave. O EHH, apesar de também ser caracterizado por uma hiperglicemia grave, se difere da CAD devido à ausência de cetoacidose, pois, nessa patologia, há uma menor criação de cetoácidos quando comparada à CAD. Nas apresentações agudas, o paciente pode apresentar letargia, estupor, perda da consciência, comprometimento respiratório, taquipneia, dor abdominal, náuseas e vômitos. O diagnóstico consiste na avaliação da glicemia, cetonemia, acidose metabólica e osmolaridade. A depender da combinação de alterações desses exames mencionados, a crise hiperglicêmica pode ser diferenciada em CAD ou EHH. A abordagem terapêutica dessas patologias gira em torno de hidratação, reposição de potássio e insulinoterapia, sendo três passos muito importantes para a reversão da crise.