INTRODUÇÃOO termo xisto, ainda que geologicamente impróprio, é usado generalizadamente para designar as rochas oleígenas no Brasil, ou seja, rochas sedimentares que apresentam um conteúdo apreciável de hidrocarbonetos disseminados em seu meio mineral [1][2][3]. O termo mais exato para esse tipo de rocha seria "folhelhos", que são rochas resultantes da decomposição de materiais minerais e orgânicos no fundo de grandes lagos ou mares interiores. Os agentes químicos e microorganismos transformam, ao longo de milhões de anos, a matéria orgânica presente nessas rochas em um complexo orgânico de composição indefinida, denominado querogênio (gerador de cera), que, quando convenientemente aquecido, produz um óleo semelhante ao petróleo [4]. O volume de óleo contido no xisto compreende cerca de 7% do volume da rocha. Esse óleo não é facilmente separado e extraído pelos solventes comuns, os métodos mais utilizados para separá-lo são retortagem, combustão ou liquefação [5]. Os recursos de xisto existente são extremamente abundantes, estima-se que a quantidade de óleo, como reserva potencial, é muitas vezes superior à convencional obtida em poços de petróleo [6].Atualmente, apenas quatro países no mundo (Brasil, Austrália, China e Estônia) possuem em atividade unidades que fazem o aproveitamento comercial dos recursos do xisto para obtenção de óleo e produção de energia através de termoelétricas.
ResumoExiste um grande interesse no uso de materiais de baixo custo para remoção de metais pesados em águas residuais. Novas técnicas de processamento e adsorventes incluindo argilas, resinas sintéticas, turfa e quitosana tem sido estudados objetivando substituir o carvão ativado. No presente trabalho, xisto retortado (XR), um rejeito sólido da transformação térmica do xisto oleígeno, foi caracterizado com o objetivo de utilizá-lo como adsorventes para remoção de metais pesados. O aproveitamento desse rejeito é de grande interesse, uma vez que o Brasil possui a segunda maior reserva mundial de xisto oleígeno. Os rejeitos foram caracterizados por diferentes técnicas de caracterização, incluindo tamanho de partícula, análise termogravimétrica, fluorescência de raios X, espectroscopia na região do infravermelho, difração de raios X, e microscopia eletrônica de varredura-EDS. As características dos pós foram adequadas para os experimentos de adsorção.