Este artigo parte da minha pesquisa de mestrado junto aos vigilantes de prédios públicos em São Luís, localizados no perímetro histórico da cidade. Visagens, espíritos ou assombrações, acompanham cotidianamente o trabalho dos vigilantes em casarões históricos, sendo identificados por suas diversas formas de manifestação – sons, cheiros, toques, ou aparições. Neste trabalho, proponho uma análise da relação de convivência entre pessoas, casas, e seres intangíveis, tendo como ponto de partida perspectivas de proteção e desproteção. Dessa forma, organizo o texto em dois momentos: o primeiro, dedica-se a reunir noções de proteção/desproteção a partir da trajetória de Joana, uma das vigilantes do prédio que abriga o Arquivo Público do Maranhão; o segundo, busca apresentar como intervenções não humanas podem impactar os casarões históricos, tornando-os possivelmente vulneráveis. A partir disso, busco apresentar como noções de proteção/risco podem ter seus sentidos transformados, e podem revelar engajamentos entre diferentes agências – como humanos, natureza, tempo ou seres intangíveis.
Neste artigo reúno considerações sobre minha pesquisa de mestrado, realizada entre 2017 e 2019, que buscou enfatizar leituras, experiências e narrativas sobre os edificações históricas localizadas em São Luís- MA. A partir de três prédios públicos situados no Centro Histórico da cidade, realizei uma etnografia com os profissionais da vigilância dos imóveis históricos, interessada em caracterizar a presença de seres intangíveis naqueles lugares – visagens, assombrações, espíritos, fantasmas e suas formas de manifestações visuais, sonoras, olfativas ou sensoriais. Nesse sentido, registro neste texto como os vigilantes são impactados por suas vivências em trabalho e constroem relações de estranhamento ou familiaridade com a casa, ao mesmo tempo que mobilizam um circuito de narrativas sobre fantasmas no Centro Histórico de São Luís. This article throws light on a series of notes written during my master’s research, carried out between 2017 and 2019, which addressed apprehensions, experiences and narratives about historic manors located in São Luís – MA. Starting from three public manors in the city’s Centro Histórico, an ethnography was carried out with buildings surveillances professionals in order characterizing the intangible being presences at those places – visions, hauntings, spirits, ghosts and their forms of visual, audible, olfactory or sensory manifestations. Thus, are registered in this text how the watchmen are impacted by their work experiences and how they build strangment or familiarity relationships along the house, besides they also they mobilize a narrative’s circle about ghosts in Centro Histórico of São Luís.
Este ensaio etnográfico tem como ponto de partida minha pesquisa de doutoramento situada no Centro Histórico de São Luís (Maranhão) - cidade intitulada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciências e Cultura (UNESCO). Desde 2017 tenho me dedicado a pensar relações sociais entre os casarões históricos e agências espirituais diversamente nomeadas pelas pessoas (espíritos, fantasmas, assombrações, visagens). Com base em pesquisa etnográfica junto aos profissionais da vigilância, pude ter acesso a experiências cotidianas que se manifestam de diferentes formas – vozes, aparições, cheiros, temperaturas, entre outras formas de afetação. Neste ensaio, reflito sobre uma sutil forma de manifestação das visagens, os ventos que costumeiramente agem sobre espaços, objetos e pessoas em que aponto dois caminhos analíticos – o primeiro refere-se a um reconhecimento tátil/corpóreo de ventos que são manifestações de visagens; o segundo inspira a criação de um “repertório sensorial” a partir do encontro entre pessoas e visagens. Como um exercício etnográfico de desnaturalização dos ventos, proponho uma aproximação entre as ideias de habitar ou criatividade para pensar em processos narrativos e explicativos sobre as experiências vividas por meus interlocutores nos casarões de São Luís.
Neste artigo reúno considerações sobre minha pesquisa de mestrado, realizada entre 2017 e 2019, que buscou enfatizar leituras, experiências e narrativas sobre os edificações históricas localizadas em São Luís- MA. A partir de três prédios públicos situados no Centro Histórico da cidade, realizei uma etnografia com os profissionais da vigilância dos imóveis históricos, interessada em caracterizar a presença de seres intangíveis naqueles lugares – visagens, assombrações, espíritos, fantasmas e suas formas de manifestações visuais, sonoras, olfativas ou sensoriais. Nesse sentido, registro neste texto como os vigilantes são impactados por suas vivências em trabalho e constroem relações de estranhamento ou familiaridade com a casa, ao mesmo tempo que mobilizam um circuito de narrativas sobre fantasmas no Centro Histórico de São Luís.
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