No 1º ano do Ensino Médio, eu fazia parte da comunidade otaku 5 da escola, formada majoritariamente por garotos. Além de mim, havia mais três garotas. Antes que eu pudesse conhecê-las, um dos garotos me aconselhou a não me aproximar delas porque gostavam de mangás e animes com romance gay. Segundo ele, eu me tornaria "estranha" e "nojenta" caso fizesse amizade com elas. O desprezo direcionado ao conteúdo daqueles mangás e animes, assim como àquelas garotas, revelavam a homofobia e misoginia internalizadas por ele. Entretanto, as palavras dele produziram o efeito oposto, pois despertaram a minha curiosidade. Foi a partir do meu encontro com as produções artístico-culturais da/sobre comunidade LGBTQIAPN+, dos laços de amizade tecidos, que pude compreender e aceitar a mim mesma como pessoa assexual e homorromântica.Era no domínio da cultura mais ampla, por meio da literatura, dos mangás e animes, da música, do cinema, da internet, que a minha educação sexual (se é que posso chamá-la assim) aconteceu. Estes saberes acabavam emergindo no cotidiano e no domínio da cultura mais ampla. Em contextos em que não há uma preocupação em produzir um conhecimento sistematizado, mas, sim, em explorar as subjetividades humanas (BRITZMAN, 2018). Por isso, em concordância com Deborah Britzman (2018), defendo 1 Lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros/travestis/transexuais, queer, interssexuais, assexuais/arromantiquês, pansexuais, não-bináries e mais.2 Queer significa estranho, nojento, contagioso, abjeto e monstruoso. É um termo guarda-chuva de origem inglesa, apropriado e ressignificado por minorias sexuais e de gênero, na década de 1980, com a epidemia da AIDS/HIV, na luta pelos direitos e pela sobrevivência dos sujeitos LGBTQIAPN+. Atualmente, o termo designa um novo paradigma teórico nos estudos de gênero e sexualidade (MISKOLCI, 2015).
Este artigo discute a proposta de duas exposições fotográficas no âmbito de um Seminário Internacional de Educação. Temos como objetivo dialogar tanto com as imagens que essas fotografias nos dão a conhecer, quanto com as propostas dos pesquisadores realizadores dos projetos fotográficos, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). A primeira, que consiste em pesquisa de mais de 20 anos sobre a criança no universo religioso do Candomblé, e a segunda com fotos produzidas por 12 estudantes de Guiné Conacri, material produzido no âmbito de uma pesquisa de Mestrado.Palavras-chave: Imagens fotográficas, cotidiano, redes educativas
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2025 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.