A busca de alternativas para o controle do Aedes aegypti ante sua resistência aos inseticidas sintéticos justifica a investigação de compostos vegetais uma vez que estes apresentam menor impacto ambiental em sua degradação e menor toxicidade aos vertebrados. Neste trabalho, avaliou-se o efeito inseticida do extrato bruto etanólico (ebe) da casca de Persea americana sobre larvas e pupas de Ae. aegypti. Após a obtenção do ebe, este foi solubilizado em dimetilsulfóxido (DMSO), obtendo-se, assim, a solução usada como teste. Para cada bioensaio e repetição, tanto no laboratório quanto no campo, foram utilizadas 100 larvas de cada estádio e 100 pupas. A mesma quantidade foi usada para os controles positivo e negativo realizados com o temefós (1ppm) e DMSO a 1,6%. Todos os bioensaios foram realizados nos principais criadouros artificiais urbanos -pneu, vidro e plástico. Os resultados obtidos demonstraram a atividade inseticida do ebe de P. americana em larvas e pupas de Ae. aegypti. Houve mortalidade de 100% das larvas de primeiro e segundo estádios; no laboratório, na dose de 5ppm e, no campo, na dose de 10 ppm. No laboratório, as CL 50 e CL 90 foram, respectivamente, de 7,2 ppm e 19,3 ppm para o terceiro estádio; de 6,6 ppm e 15,4 ppm para o quarto estádio e de 93,6 ppm e 158,7ppm para pupas. Seguindo a mesma ordem, no campo, as CL 50 e CL 90 foram de 27,8 ppm e 51,3 ppm para o terceiro estádio; de 23,8 ppm e 46,9 ppm para o quarto estádio e de 145,3 ppm e 261,9 ppm para as pupas. A constatação mais importante deste trabalho foi o efeito pupicida de P. americana, raramente encontrado em outros produtos tanto naturais quanto sintéticos. Foram realizados testes de toxicidade oral aguda em ratos com o ebe desta planta, o qual se mostrou atóxico de acordo com as normas do (Acute Toxic Class Method -OECD 423) para produtos de origem vegetal.