As complicações pós-operatórias em cirurgias cardíacas são comuns e contribuem para o aumento dos índices de morbidade e mortalidade. Objetivo: identificar em trabalhos da literatura as principais complicações no pós-operatório de cirurgias cardíacas. Material e Método: Revisão de literatura sobre as principais complicações no pós-operatório de cirurgia cardíaca. A busca foi realizada em outubro de 2022 nas fontes de dados: PubMed e Web of Science. Resultados: O processo de busca resultou em 2.744 documentos. Após primeira seleção 215 trabalhos tiveram os seus títulos e resumos analisados para uma triagem inicial. A amostra final foi de 04 estudos. As complicações da cirurgia cardíaca podem estar relacionadas a doenças pré-existentes. Forma identificadas como complicações distúrbios de sono, hepatopatia cardíaca pós-operatória, síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS) e arritmias. Conclusões: As complicações apresentaram prevalências diferentes nos estudos analisados e devem ser consideradas em mais estudos para melhor compreensão de fatores correlacionados auxiliando na sua prevenção e controle.
Púrpura de Henoch-Schönlein (PHS) é uma doença caracterizada pela inflamação sistêmica de vasos de pequeno calibre, mediada por IgA. A tétrade clássica é composta por púrpura palpável não trombocitopênita, artrite, dor abdominal e glomerulite com hematúria. A doença é desencadeada por inúmeras infecções virais e bacterianas e é, em geral, autolimitada. Porém, há casos em que a PHS acomete múltiplos órgãos e, através de fatores predisponentes, torna-se recorrente e grave. Portanto, o objetivo do estudo é analisar a incidência e fatores predisponentes para recorrência da Púrpura de Henoch-Schönlein em pacientes pediátricos. Trata-se de uma revisão bibliográfica sistemática, que utilizou as plataformas PubMed (Medline), Scientific Eletronic Library On-line (SciELO) e Cochrane Library como bases de dados para a seleção dos artigos científicos, todos na língua inglesa, com recorte temporal de 2017 a 2022. De acordo com as literaturas analisadas, conclui-se que a incidência média anual da Púrpura de Henoch-Schönlein em pacientes pediátricos é de 9 por 100.000 habitantes, que varia de acordo com a localidade. Ademais, Os principais fatores de risco para a recorrência da patologia são as PHS com envolvimento renal, pacientes em corticoterapia, além das alergopatias, como rinite alérgica e dermatite atópica.
Mal de Pott é o termo utilizado para definir a infecção da coluna vertebral pelo Mycobacterium tuberculosis. O envolvimento extrapulmonar se dá pela disseminação linfo-hematogênica dos bacilos. O desenvolvimento do abcesso comprime a medula causando lombalgia, paraparestesias, paraparesias, dificuldade em deambular. O objetivo deste estudo foi descrever um caso de tuberculose osteoarticular, abordando sua apresentação clínica, diagnóstico e tratamento. B.F.F, sexo feminino, 43 anos, foi admitida em um hospital da rede pública de referência de São Luís com quadro clínico de encefalomielite não especificada, paraplegia, espondilodiscite infecciosa com fratura patológica por coleção em coluna torácica (T5/T6), onde foi observado empiema com compressão medular (CID-10: G952) após o exame de ressonância magnética e tomografia computadorizada. A paciente encontrava-se restrita ao leito e com incapacidade funcional grave. O quadro clínico da doença atual teve início há 3 meses, com dor crônica neuropática grave. Foi diariamente acompanhada pela equipe de fisioterapia do hospital para reabilitação funcional e equipe de enfermagem para cuidados gerais. A posteriori, houve drenagem de um dos focos infecciosos, o qual foi biopsiado para exame histopatológico, sendo confirmado o diagnóstico de Mal de Pott. Atualmente, faz uso diário de rifampicina, isoniazida, amitriptilina, baclofeno, gabapentina, clonazepam e omeprazol. A paciente continua com arreflexia profunda, cutânea-abdominal, força grau 0 e perda da sensibilidade em membros inferiores. Por vezes, o diagnóstico do Mal de Pott é retardado devido à inespecifidade dos sintomas confundidos com lombociatalgias. A sua real identificação se dá quando já existe alguma deformidade óssea ou lesão nervosa.
A Malformação de Chiari (MC) pertence a um amplo grupo de raras deformidades estruturais da junção craniocerebelomedular. O tipo I da doença caracteriza-se pela herniação tonsilar ou amigdaliana cerebelar devido à anomalia da base do crânio e da parte superior da coluna cervical, além de a porção medial do lobo inferior do cerebelo pelo canal cervical também se protuberar através do forame magno, impedindo que o líquor flua normalmente através do canal. A real prevalência da doença é desconhecida, pois muitos pacientes com herniação cerebelar são assintomáticos e o problema agrava-se na fase adulta, com queixas de cefaleia intensa e, por vezes, parestesia. O objetivo deste estudo é relatar um caso de síndrome de Chiari (SC) em uma paciente de 53 anos, ao abordar sua apresentação clínica, diagnóstico e tratamento. Paciente do sexo feminino, 53 anos, foi admitida em um hospital da rede pública de referência se queixando de cefaleia occipital intensa e cervicalgia com irradiação da dor para os membros superiores, acompanhada de parestesia nos quatro segmentos. Relatou já sentir dor há 2 anos, mas apresentou piora do quadro clínico há 8 meses. Foi, também, observada incontinência urinária devido à dissinergia detrusora-esfincteriana por provável bexiga neurogênica. Foi, então, realizado exame de imagem de ressonância magnética (RNM) do crânio e da coluna cervical, com obtenção de sequências ponderadas em T1, T2 e STIR, nos planos sagital e transverso com contraste, o qual evidenciou leve alargamento medular, além de sinais de hidrossiringomielia difusa, com hipossinal na sequência T2 intramedular na altura de D1-D2 (coluna dorsal). Foi notada discreta herniação das tonsilas cerebelares junta ao forame magno, típica da SC, sendo, por fim, confirmado o diagnóstico. A paciente, no entanto, não apresentava hidrocefalia, mesmo com a interrupção do fluxo do líquido cefalorraquidiano (LCR) para o canal vertebral. Ela encaixou- se nos parâmetros de indicação cirúrgica, sendo realizada craniotomia occipital, com acesso ao plexo coroide do quarto ventrículo do tronco encefálico com o intuito de elevar as tonsilas cerebelares baixas, herniadas no canal espinhal cervical e bloqueando o fluxo do LCR. Após a descompressão craniocervical, o curso do líquor foi restaurado e a paciente foi, por fim, encaminhada à sala de recuperação pós-operatória. A SC é uma rara doença que apresenta quadro clínico e alterações radiológicas complexas e extensas e, por vezes, o diagnóstico é retardado devido à inespecificidade dos sintomas confundidos com cervicalgias e cefaleias comuns. A hipótese diagnóstica deve ser embasada nas queixas do paciente, na anamnese minuciosa, exame clínico e nos exames de imagens, sendo a prevalência desta patologia de difícil definição e com faixas etárias distintas.
A síndrome de DiGeorge (SDG), também conhecida como síndrome velocardiofacial, é uma condição neurogenética autossômica dominante de interesse global caracterizada pela microdeleção do cromossomo 22q11.2, na qual não há predileção por gênero ou raça. A doença é conhecida pela tríade clássica as cardiopatias congênitas, timo hipoplásico – ou aplásico – e hipocalcemia decorrente da hipoplasia paratireoidiana O diagnóstico da síndrome baseia-se em dois exames laboratoriais, a Hibridização Genômica Comparativa baseada em microarray (aCGH) e a Hibridização por Fluorescência in situ (FISH), ambas com a finalidade de investigar o distúrbio genético e o tratamento consiste em tratar as alterações decorrentes da patologia. O objetivo estudo é analisar o manejo e o prognóstico da síndrome de DiGeorge por meio de um apanhado de casos clínicos. Trata-se de uma revisão bibliográfica integrativa, de natureza quantitativa, que utilizou as plataformas PubMed (Medline), Scientific Eletronic Library On-line (SciELO) e Cochrane Library como bases de dados para a seleção dos artigos, todos na língua inglesa. Foram utilizadas literaturas publicadas com recorte temporal de 2017 a 2022. De acordo com as literaturas analisadas, foi observado que a SDG requer diligência por parte dos profissionais da saúde no que concerne ao seu manejo, vide os vários fenótipos, desde leves a graves, da patologia. Por ter envolvimento multissistêmico, é essencial que, mesmo antes do diagnóstico, os distúrbios inerentes à síndrome sejam tratados e sujeitos à suspeição por intermédio da equipe, a qual necessita ter conhecimento acerca dessa possibilidade, haja vista a eventualidade de um pior prognóstico aos pacientes portadores.
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