Este artigo tem como objetivo entender a constituição do personagem Zé do Caixão, criado e interpretado pelo cineasta José Mojica Marins, a partir do prisma da blasfêmia. Além disso, o texto defende Zé do Caixão como um personagem criado como reminiscência de dois arquétipos blasfemos da Idade Moderna, a saber, o bêbado das classes populares, que frequentava a taverna e o intelectual anti-religioso das classes altas. Para defender tal ponto, o artigo se baseia nas análises de Pieroni (2002) sobre os degredados de Portugal para o Brasil e os textos críticos ao cristianismo do filósofo Friedrich Nietzsche (2012; 2013), comparando-os com falas e atos do personagem de Mojica. O texto conclui que boa parte do sucesso de Zé do Caixão se deve a seu modo de ser revoltado contra as instituições morais, ao mesmo tempo em que atiça a curiosidade e ojeriza do público.
Este artigo propõe uma análise da narrativa e da imagem do longa-metragem Os Jovens Baumann, dirigido por Bruna Carvalho Almeida e lançado em 2019. O filme se desenvolve através do diálogo/choque de três elementos narrativos que se imbricam: a narração (fabulação), a imagem VHS dos found footage e a imagem em 16x9. O método de análise compreende os dois formatos de imagem utilizados no filme, bem como sua narração e diálogos. Acreditamos que, na obra, essa separação mostra que o processo de investigação através de camadas imagéticas (arqueológicas) e narrativas (fabulações) é mais importante do que a revelação do mistério em torno do desaparecimento dos jovens Baumann.
Este artigo busca destacar alguns aspectos da religiosidade brasileira no filme À Meia-Noite Levarei sua Alma, de José Mojica Marins, lançado em 1964, e compreender como esses elementos são utilizados na obra para causar o medo nos espectadores. O trabalho parte dos Estudos Culturais para entender esse processo de constituição da matriz religiosa brasileira no imaginário da população do país. Por fim, foram escolhidas algumas cenas do filme em que esses elementos religiosos se apresentam, a fim de serem investigadas através da análise fílmica, para entender como esses elementos são articulados e representados. Como conclusão, se percebe que o filme utiliza as crenças de seus espectadores para provocar sua curiosidade e êxtase em relação a saga de Zé do Caixão.
Resumo: Muitos estudos já se concentraram em teorizar sobre o gênero horror no audiovisual e na literatura, todavia o mesmo não se deu com as artes plásticas. Sendo assim, o principal objetivo deste artigo é defender as Trouxas Ensanguentadas, objetos pertencentes à Situação T/T,1, happening de Artur Barrio, como obra de horror, seja por sua forma e conteúdo. Para defender tal proposição, o texto se apoia principalmente na teoria do horror artístico de Carroll (1999) e nas categorias de desordem, perigo e sujeira, de Douglas (2014).
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