Esse artigo aborda teoricamente a partir de autores como Michel Foucault, Robert Castel e Gilles Deleuze, mas sobretudo, por meio de Foucault as práticas educativas medicalizadas, na sociedade contemporânea que efetuam racismos no biopoder em nome da cultura de paz e da educação para paz e segurança. O texto ainda apresenta um conjunto de autores que possibilitam analisar a redução das diferenças em uma educação em direitos que forja consensos, mediados por utilitarismos, em uma política econômica em que o capital humano e social se tornaram ferramentas de controle dos corpos e lançam mão da gestão de risco/perigo para fazer valer uma logica racista biológica e cultural medicalizante e securitária da vida. Palavras-chave: Educação; Racismos; Medicalização; Formação; Diferença.
Resumo: O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) privilegia a gestão da vida e dos direitos por meio de ações no campo da promoção, garantia e defesa. Para tanto, dos corpos higienizados pela oferta de saberes e de técnicas com manuais de saúde e de educação em direitos humanos para a gestão da vida, em termos de ampliação da produtividade de crianças e adolescentes; sobretudo, às quais, passou a denominar como estando em risco. A problemática de redução das possibilidades de existência à judicialização silencia os aspectos políticos, subjetivos, culturais e sociais que também fazem parte do governo das condutas. As tecnologias de poder e de saber de regulação da população pela entrada da vida na história, como espécie passou a ser chamada por Michel Foucault (1988) de biopolítica e necropolítica. A ligação entre biopolítica e disciplina passou a ser chamada de biopoder, por Foucault e esteve vinculada aos contextos judicializantes da existência, dos corpos, das relações sociais e da política.
Com este artigo, é proposta uma análise das práticas educativas para problematizar a produção da diferença, tendo em vista a cultura por meio das discussões da Nova História Cultural. Busca-se tratar analiticamente a escola como espaço disciplinar, biopolítico e de gestão das histórias de vida que tenta restringir as diferenças e forjar consensos utilitários. Questiona-se a história linear e contínua que alimenta a linearidade da vida e interroga-se a tentativa de adestrar estudantes e corpos por meio de estratégias de controle racistas. Ainda no artigo, visamos debater a respeito da relevância da cultura como processo de disputa de valores e de um conjunto de práticas sociais, bem como colocamos em xeque a confissão como captura dos desvios de normas culturais pelos registros escolares. Por fim, apresentamos uma descrição da história como perspectiva genealógica, em Foucault e suas inflexões com o campo da subjetividade e da diferença na educação, na modernidade.
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