Objetivo: Analisar o desenvolvimento de complicações durante a internação de pacientes com COVID-19 e IC. Método: Trata-se de um estudo observacional, quantitativo, a partir da revisão dos prontuários dos pacientes internados na Unidade de Doenças Respiratórias (UDR) de um Hospital Universitário do nordeste brasileiro, com RT-PCR reagente para SARS-COV2 e diagnóstico de IC. Resultados: Dos 77 pacientes, 51 (66,2%) apresentavam uma insuficiência cardíaca crônica agudizada (ICCa) enquanto os demais (n = 26; 33,8%) não tinham história de cardiopatia prévia e estavam apresentando o primeiro episódio de insuficiência cardíaca aguda (ICA). Aqueles com a classificação NYHA IV tiveram maior risco de desenvolver choque (p = 0,001), parada cardiorrespiratória (PCR) (p = 0,01), síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) (p < 0,0001), bacteremia (p = 0,008), hemorragia e dano hepático (p = 0,04) como complicações. A taxa de mortalidade intra-hospitalar foi de 39% (n= 30). Ao analisar a relação entre o tipo de complicação desenvolvida com o desfecho óbito, choque, PCR, SDRA (p < 0,0001), pneumonia (p = 0,009), bacteremia (p = 0,0003), hemorragia, anemia (p = 0,02), arritmia cardíaca (p = 0,03) e dano hepático (p = 0,04) tiveram associação significante. Conclusão: A associação entre IC e COVID-19 na internação leva a uma alta taxa de mortalidade intra-hospitalar. Pacientes com a classe funcional NYHA IV possuem maior risco de desenvolver complicações e óbito durante internação. Além disso, os pacientes com IC e COVID-19 que desenvolvem pneumonia, SDRA, choque, PCR, anemia, hemorragia, arritmia, dano hepático e/ou bacteremia possuem maior taxa de mortalidade.