Parece clichê falar sobre formação de professores, mais precisamente sobre as políticas de formação docente. Durante anos o curso de licenciatura esteve sob vários enfoques, transmutando entre objetivos, práticas, currículos e perfis profissionais diferentes, ao sabor de ideários vigentes que correspondessem às necessidades transitórias de governos. Hodiernamente, alguns avanços aconteceram em termos do repensar das licenciaturas sob uma ótica do acesso e permanência, mas ainda há muitas lacunas a serem deslindadas. Assim, a partir de um levantamento bibliográfico, este estudo objetivou discutir questões acerca da docência através de uma breve panorâmica sobre sua existência, algumas diferenciações necessárias entre a licenciatura e o bacharelado procurando consolidar uma identidade como sendo dotada dos mesmos rigores que os outros cursos de graduação. E, por fim, apontar algumas políticas de fortalecimento da procura, entrada e permanência na área de educação numa perspectiva propositadamente superficial, a fim de provocar o debate em dimensões mais amplas futuramente. Pôde-se constatar então que, apesar de uma gênese bastante superficial e o arrefecimento de discursos de valorização da docência ao longo da história, a formação de professores sempre passou por uma linha tênue entre concepções emancipatórias e mecanicistas, mas, segue resistindo na afirmação de sua identidade e marcada pela imprescindibilidade de estar no centro dos debates em nível micro e macro.
A sociedade é marcada por constructos tecidos no decorrer da história e que são incutidos no imaginário social dos sujeitos como legitimadores de uma ordem estabelecida e, quando se propõe debates num itinerário contrário ao normativo, estes são tidos como temas polêmicos. A inclusão da identidade de gênero e orientação sexual como pauta a ser discutida traz consigo esta inquietação, pois involuntariamente mexe com estruturas de pensamento construídas sob a égide de um padrão indiscutível de comportamento sexual e expressão de gênero, mormente quando o lócus de discussão se dá na escola. Nesse sentido, este trabalho tem como temática analisar panoramicamente escritos publicados e legislações que possam subsidiar o debate acerca da identidade de gênero e orientação sexual, principalmente dentro do espaço escolar. Buscou-se fazer um levantamento bibliográfico a partir de fontes e legislações concernentes à área, sem a pretensão de traçar qualquer imposição ideológica que pressuponha um esgotamento do assunto quando este se esbarra em padrões hegemônicos de pensamento. Propôs-se, então, uma pesquisa qualitativa, objetivando retirar da invisibilidade temas como este que carregam o mote central deste trabalho. Assim, pôde-se verificar que o adentrar desta discussão na sociedade e na escola é urgente e necessário e isso só se faz com a abertura ao debate qualificado, na tentativa de retirar a diversidade da invisibilidade e destruir barreiras construídas pela perpetuação de conceitos sociais que se fizeram ao longo do tempo e foram apropriados como sendo verdades imutáveis dentro de uma lógica padrão validada socialmente ao longo dos séculos.
O presente artigo, fruto de uma dissertação de mestrado, teve como objetivo analisar a concepção de professores de Educação Física do Ensino Médio sobre os documentos norteadores para o ensino de Educação Física na escola, dentre eles os Parâmetros curriculares Nacionais (PCNS), Conteúdo Básico Comum-Minas Gerais (CBC-MG) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), assim como, compreender em que medida esses documentos orientam o planejamento de suas aulas e das suas práticas pedagógicas. Trata-se de uma pesquisa de campo, com abordagem qualitativa, que investigou 6 professores de Educação Física das escolas públicas da cidade de Araçuaí-MG que atuam no ensino médio. Como instrumento de coleta de dados, optamos pela entrevista semiestruturada e análise do planejamento de ensino dos sujeitos pesquisados. Para o tratamento dos dados, recorremos à técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin (1977). Os resultados evidenciam que a maioria dos professores utilizam o CBC-MG como referência para o planejamento das aulas e consideram a proposta importante para a prática pedagógica. Em relação aos PCNS e à BNCC, os professores relatam conhecê-los superficialmente. Entendemos que, devido à escassez de pesquisas que tratam sobre a sistematização dos conhecimentos da Educação Física na escola, os documentos norteadores se apresentam como um significativo suporte para o professor crítico planejar e organizar os conteúdos de suas aulas. No entanto, torna-se necessário haver um debate mais amplo nos processos de construção desses documentos, permitindo uma maior participação e reflexão dos docentes que se encontram no cotidiano e na realidade das escolas.
O presente artigo trata-se de uma pesquisa bibliográfica que objetivou refletir sobre os entraves encontrados no planejamento de aulas da Educação Física escolar. Em consonância com o referencial teórico, foi possível tecer algumas considerações sobre o tema. Nesse sentido, observarmos que, além da falta de materiais e infraestrutura adequada, a escassez de estudos que tratam sobre a organização de conteúdos e o planejamento de aulas na educação física apresentam-se como um dos principais obstáculos para a prática pedagógica dos professores. Dessa forma, as abordagens pedagógicas críticas e os documentos norteadores aparecem como propostas importantes para a organização do trabalho docente. Assim, é necessário haver um maior debate em torno de estudos que possam subsidiar a prática pedagógica, propondo discussões que contemplem formas de organizar e planejar os conteúdos das aulas de maneira sistematizada e aprofundada. Acreditamos que a discussão sobre essa temática é importante para que o professor de Educação Física possa embasar a sua prática em conhecimentos teóricos e, consequentemente, organizar o trabalho pedagógico de forma crítica e reflexiva.
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