Este artigo busca apresentar o modo pela qual os bebês e as crianças bem pequenas estão inseridos no debate acadêmico sobre cultura e cultura infantil. Sob inspiração cartográfica e permeando o campo dos Estudos da Infância, apresenta-se o recorte de uma pesquisa que vem sendo desenvolvida junto à um Programa de Pós-Graduação em Educação. Dentre seus resultados, comenta-se o modo como estes sujeitos são caracterizados pela subalternidade em perspectivas e estudos que não consideram suas agências e sua potência criadora, assim como suas linguagens e formas específicas de produzir cultura. Outros olhares sobre a infância tornam-se emergentes neste cenário.

Este artigo tem por objetivo tecer um debate teórico a respeito das práticas avaliativas na Educação Infantil. Para tanto, realiza a exposição pormenorizadas dos ditames da Documentação Pedagógica na Educação Infantil e o modo como esta se desdobra, com vistas à escuta da criança em suas múltiplas linguagens. Alocamos o duplo sentido da Documentação Pedagógica, qual seja, o da avaliação na Educação Infantil, na medida em que enxergamos a possibilidade de ouvir as crianças e de garantir seus direitos por meio de diferentes recursos que captam suas vozes e seus olhares, e o viés da formação docente, visto que o professor não realiza apenas a documentação pedagógica, mas também a utiliza para refletir sobre suas próprias práticas. Para tal, realiza-se o balanço do tema da avaliação no campo da Educação Infantil e o modo como ele vem sendo abordado por diferentes pesquisadores inscritos em seu interior, bem como, apresentamos o curso de formação de professoras(es) formulado e ministrado pelas autoras, conferindo visibilidade ao modo como a mudança de práticas e a transformação de rotinas tornam-se pertinente ao processo de ensinar e aprender por meio de experiências e ao fato de que as crianças possuem diferentes e muitas linguagens para se expressar.

Aos meus amados pais, Hélio e Sônia. Obrigada pela vida, por me ensinarem a caminhar e assim poder seguir meus próprios passos. Por todo amor e constante incentivo, por todo apoio nas alegrias e nos momentos mais difíceis como nos últimos dois anos. Especialmente ao meu marido e companheiro, Alexandre, meu eterno agradecimento, por compreender todos os meus momentos, incentivando, financiando e participando, por tudo que fez e faz para nossa família. Obrigada por aceitar a loucura de passar um período em Bethesda para meu estágio no NIH. Seu valioso e incansável apoio foi essencial para realização deste trabalho. Aos meus filhos, Cecília e Miguel; fica difícil dizer o quanto vocês foram importantes nesta jornada, agradeço todas as demonstrações de carinho, pelo amor incondicional que sempre me estimularam nos momentos mais difíceis e também pelo esforço para entenderem o que é pesquisa. vi Agradecimentos Ao meu orientador, Prof. Dr. Luiz Vicente Rizzo, agradeço por me aceitar em seu grupo, pela confiança, apoio e amizade. Por ter acreditado neste trabalho, e ter me ajudado a realizar um sonho. Minha admiração e eterna gratidão. À Dra. Anna Carla Krepel Goldberg, pelas sugestões e participação no exame de qualificação. Agradeço por todos os momentos presentes em nossas reuniões semanais. Sempre vou carregar na memória todas as palavras usadas durante o exame de qualificação. Foi mais do que um aprendizado cientifico. À Dra. Cristina Kokron, pelas sugestões e participação no exame de qualificação. À Dra. Eliana Blini Marengo, anjo que apareceu na minha vida, por tudo que colaborou e se fez presente nesta tese. Só você sabe o quanto eu estava mal quando você apareceu, muito agradecida pelas sugestões. À Profa. Dra. Wilma Carvalho Neves Forte, agradeço todas doces palavras de apoio e conforto em um momento tão difícil. Tem coisas na vida que não se explica, mas sua participação neste trabalho foi essencial. Gratidão pela sua presença. Ao Dr. Denilson Fomin e as enfermeiras Valderez e Daniela muito obrigada pela colaboração na doação das amostras de sangue e tonsila. Ao grupo do Dr. Rizzo, especialmente Ana Eduarda, Claudia, Deise, Sheyla pelo apoio e incentivo desde os primeiros momentos dentro do laboratório. Ao grupo da Dra. Karina (-Kilc's‖), pelos momentos de apoio, mesmo que por curto período no time, todos tiveram seus motivos para sair: Bianca, Marina, Priscila, Santiago e Régis. Ao Dr. Richard Koup (NIH) gratidão por me aceitar em seu time e por ter compartilhado tanto conhecimento. Vocês são demais. Ao Dr. Constantinos Petrovas e equipe (NIH). Foi enriquecedor passar um tempo com vocês em um ambiente tão acolhedor. Ao Dr. Thiago Aloia por toda ajuda com as análises nos ensaios de microscopia confocal.

Felipe era um menino muito curioso, que adorava fazer perguntas e descobrir de onde vinham as coisas. Seu pai lhe dizia que todas as suas perguntas seriam respondidas quando ele fosse para a escola. O que Felipe desejava muito saber era o nome dos pássaros, pois estes lhes encantavam. Gostaria de voar como eles, dizia Felipe. Felipe, depois que entrou na escola, foi diagnosticado como uma criança com distúrbio de atenção, pois seus pensamentos não acompanhavam os pensamentos de seus professores. Ele cresceu, se formou, recebeu um título após terminar a faculdade e tornou-se um adulto exemplar assim como seu pai e seus sonhos foram substituídos por alguns pesadelos. Ao invés de sonhar com o pássaro azul, o que sempre acontecia quando era criança, Felipe passou a sonhar com corvos e túneis escuros onde as crianças entram diferentes e saem todas iguaizinhas. Anos depois, Felipe foi tocado por algo inexplicável: o desejo de voltar a ser criança.