RESUMO:Neste artigo discutimos as propostas da Base Nacional Comum Curricular para a Educação Infantil, questionando quais os significados, forças políticas, sociais e econômicas desta proposta. Isto será feito à luz dos estudos contemporâneos da infância visando analisar a normatização curricular que, ao definir certa metodologia acerca do trato com as diferenças, as emoldura como celebração da diversidade na direção de um modelo que busca conciliar dissensos, excluindo as diferenças. Ou seja, temos por hipótese de que tal proposta se insere no âmbito das políticas neoliberais de elogio à diversidade e à lógica privatista de educação, de construir estratégias nas quais as diferenças não façam nenhuma diferença, ao mesmo tempo em que as disputas e concepções fiquem circunscritas ao currículo.Palavras-chave: Educação Infantil. Base Nacional Comum Curricular. Diferenças. SOME NOTES: WHO IS INTERESTED IN THE COMMON NATIONAL BASE CURRICULUM FOR EARLY CHILDHOOD EDUCATION? ABSTRACT:The aim of this article is to examine the proposal for the National Curriculum Parameter for Early Childhood Education, questioning meanings and the political, social and economic forces embedded on it. Our approach analyzes this proposal in the light of contemporary childhood studies, by criticizing its adoption of methodologies to deal with differences, which frame differences as a celebration of diversity towards a model that seeks to reconcile dissent excluding differences. Our argument is that this proposal is within the scope of neoliberal policies, praising diversity and the logic of privatizing education, building strategies in which differences make no difference, while the disputes and conceptions remain confined to the curriculum.
Resumo: Este artigo investe na ideia de que a infância é um dispositivo histórico do poder. Tem-se como referência analítica Foucault (1977) que concebe a noção de dispositivo em suas discussões a respeito da sexualidade. A reflexão engendrada consiste em apresentar a ideia de que, a partir do momento em que a criança se torna um dos grupos estratégicos do dispositivo da sexualidade, produz-se sobre ela um conjunto heterogêneo de regimes de verdades e práticas, o qual configura uma maneira de ser e ter uma infância, influindo significativamente nas perspectivas pedagógicas modernas. Nesta abordagem, não é possível pensar em infância de forma desassociada do conceito de sexualidade. A discussão apresentada decorre de pesquisa bibliográfica conceitual que articula sexualidade e dispositivo de modo a convergir com a ideia de infância. Observa-se que o conceito de dispositivo é pouco detalhado em Foucault, de modo que o texto dialoga também com Deleuze (1999), Agamben (2005)
Este trabalho procura mapear, a partir de um estudo bibliográfico, a genealogia enquanto referencial teórico metodológico pós-estruturalista. Como resultado, observa-se que a genealogia aparece de forma contínua e com muitas similaridades em Nietzsche, Foucault e Deleuze, contudo, na educação trata-se ainda de uma perspectiva teórica metodológica pouco explorada. São elementos da genealogia: questionar o conhecimento, o saber e as verdades; questionar quem as produzem e em que condições, fazendo emergir as relações de poder que as tornam possíveis; por fim, entrar no campo da genealogia é colocar em foco saberes antes não considerados, é trazer à tona o marginal e o impensado.
A partir da compreensão de que as propostas curriculares para a educação infantil se sustentam nas teorias científicas e tendo em vista a expansão da Sociologia da Infância, este artigo destaca que a sociologia da infância não se confunde com a pedagogia da infância, ainda que haja diálogos possíveis entre ambas. Investiga os efeitos deste campo nas orientações curriculares para educação infantil, na medida em que estas permitem configurar uma abordagem metodológica que mobiliza um olhar específico para a criança, para sua socialização e para a cultura produzida nos espaços de interações infantis. Aponta elementos das propostas curriculares que se aproximam dos debates do campo em questão e conclui destacando alguns dos principais conceitos da sociologia que têm impactado na pedagogia e nos currículos para as crianças pequenas, tais como: ator social, protagonismo infantil, cultura infantil e cultura da infância, e as relações geracionais.
Este artigo busca apresentar o modo pela qual os bebês e as crianças bem pequenas estão inseridos no debate acadêmico sobre cultura e cultura infantil. Sob inspiração cartográfica e permeando o campo dos Estudos da Infância, apresenta-se o recorte de uma pesquisa que vem sendo desenvolvida junto à um Programa de Pós-Graduação em Educação. Dentre seus resultados, comenta-se o modo como estes sujeitos são caracterizados pela subalternidade em perspectivas e estudos que não consideram suas agências e sua potência criadora, assim como suas linguagens e formas específicas de produzir cultura. Outros olhares sobre a infância tornam-se emergentes neste cenário.
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