O objetivo deste artigo é discutir as relações que homens e mulheres de cor, ativistas e empresários, estabeleceram entre raça, beleza e cidadania no Brasil e nos EUA do pós-abolição. Por meio de propagandas que circulavam em jornais e revistas da imprensa negra dos dois países, apresento três possibilidades de construção de histórias transnacionais que tenham relações raciais, de gênero e a cosmética como foco. Para isso, apostando na interseccionalidade entre gênero, raça e classe, proponho que a "beleza negra" seja tratada não apenas como objeto de estudo, mas como conceito dentro do que denomino história social da beleza negra.
RESUMO O objetivo deste artigo foi apresentar a ‘Ciência de Mulheres Negras’, teoria de conhecimento feminista negro desenvolvida à luz das minhas experiências como ativista pública, historiadora e professora universitária e como coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras UFRJ. Para tal, o texto foi organizado em três partes. Na primeira, dedico-me a caracterizar a ‘Ciência de Mulheres Negras’ como uma epistemologia alternativa focada nos saberes de mulheres negras. Na segunda, baseada em situações de sala de aula, apresento algumas práticas curriculares focalizadas no pensamento feminista negro. Entendidas como ‘atos de insubmissão’, tais práticas contribuem para criar conhecimentos ligados à intelectualidade de mulheres negras e à história do Brasil. Concluo dimensionando os desafios postos ao trabalho de produção e validação de conhecimentos feministas negros na comunidade científica.
Meu objetivo com este texto é discutir avanços e dificuldades da invenção de uma comunidade científica fundamentada na tradição feminista negra de articular pensar e fazer. Alicerçada em conceitos como autodefinição (Collins, 2019) e narrativa na primeira pessoa (Autora, 2019) analiso os diversos significados do Grupo de Estudos e Pesquisas Intelectuais Negras na UFRJ. Com isso, menos do que rebater pressupostos de objetificação da estrutura acadêmica, interessa-me apresentar caminhos alternativos de produção científica, dentro da abordagem que conceituo história intelectual das mulheres negras.
Palavras-chave: história intelectual de mulheres negras; narrativa na primeira pessoa; validação de conhecimento
ResumoNa virada do século XIX, intelectuais afro-americanas assumiram a missão de construir uma nova face pública para sua raça. Com trajetórias excepcionais em relação à maioria da população negra, "mulheres da raça", como Anna Cooper e Fannie Williams, deixaram escritos que apontavam o melhor caminho para preparar as "massas negras" para o mundo livre. Devido ao poder econômico, à formação intelectual e à luta antiracista, elas personificavam a imagem da "nova mulher negra". O objetivo deste artigo é discutir quem era e o que se esperava dessa personagem, construída no pós-abolição dos EUA.
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