A sociedade exerce pressão sobre como deve ser a estrutura corporal dos indivíduos. A auto percepção do peso pode estar relacionada com a distorção da imagem corporal. Nos homens, a preocupação excessiva com o corpo pode desencadear Transtornos Alimentares, além de um novo transtorno comportamental denominado Vigorexia. Assim, nos anos de 2016 e 2017 buscou-se coletar e agrupar variáveis que indicassem quais implicações à disseminação de um padrão de beleza superestimado socialmente tem gerado na percepção e conduta dos indivíduos. Para isso, a pesquisa contou com a colaboração de quatro indivíduos, sendo dois destes praticantes de fisiculturismo e outros dois compondo o grupo controle (praticantes de exercício físico a mais de dois anos consecutivos sem qualquer inclinação ou volição pelo fisiculturismo). Nestes indivíduos fora aplicado um questionário semiestruturado de questões abertas e utilizado, posteriormente a análise, como parâmetro de comparação entre os discursos. Por fim, foi possível definir um padrão de comportamento e percepção comum entre os indivíduos acometidos pela Vigorexia, diferenciando a prática física saudável da obsessão pelo corpo perfeito.
Por meio de um método ensaístico, sustentado pela teoria psicanalítica e seus enlaces com as teorias decoloniais e sociais críticas, este artigo reflete sobre as disputas pela memória e as possibilidades de elaboração de traumas coloniais, analisando os simbolismos de duas experiências ocorridas na cena pública brasileira: a quebra da placa em homenagem à memória de Marielle Franco e a queima da estátua em homenagem à Borba Gato. Apontamos que a aparição destas duas figuras no espaço público, bem como o atentado a elas, instauram diferentes possibilidades de compreensão da história e de elaboração de traumas psicossociais. Concluímos que o atentado à placa de Marielle se trata de uma tentativa de apagar sua memória, bem como dos diversos grupos oprimidos (mulheres, LGBTQIA+, pessoas negras) simbolizados por ela, mantendo, assim, as repetições mórbidas oriundas dos traumas coloniais. Já o atentado à estátua de Borba, simbolismo da expansão bandeirante no país, tensiona uma história oficial que oblitera as violentas ações perpetradas pelo Estado e segmentos da sociedade civil.
O adolescente que comete ato infracional, expõe problemáticas que devem ser analisadas a partir de um viés amplo e não reducionista. Este artigo objetiva fazer uma análise crítica do fenômeno de adolescentes criminalizados, examinando aspectos históricos, sociais e subjetivos. O percurso metodológico consiste em uma revisão bibliográfica crítica, consubstanciada em referenciais teóricos das Ciências Sociais, da crítica do Direito Penal e da Psicanálise, configurando uma abordagem interdisciplinar. Dentre os resultados, destaca-se que o adolescente autor de ato infracional ainda é massificado e estigmatizado, e observa-se um movimento punitivista que culmina na institucionalização em massa de jovens, sobretudo negros e periféricos. Para além, a psicanálise revela que há também implicação subjetiva do jovem em conflito com a lei. O conceito de privação, elaborado pelo psicanalista Donald Winnicott, propõe um olhar diferenciado para este fenômeno, e oferece uma compreensão singular a respeito da especificidade do desamparo psíquico de adolescentes criminalizados
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