Resumo. Este artigo tem como objetivo compreender os desdobramentos do uso adolescente das redes sociais virtuais na contemporaneidade sob a ótica psicanalítica que considera a constituição dos adolescentes na/pela relação com o outro, pela via social, cultural e por meio de processos identificatórios. Para compreendermos essa relação, partimos do conceito de ideal como elemento norteador da cultura, que oferece referências sobre aquilo que deve ser almejado. Nossa hipótese, no entanto, é de que os ideais da contemporaneidade não têm cumprido a função de amparo e a promoção de laços sociais, tal como proposto por Freud (2010cFreud ( [1930), e têm lançado os adolescentes a uma busca por amparo na virtualidade, o que pode ser visto de forma privilegiada a partir do Facebook.Palavras-chave: adolescência, contemporaneidade, Facebook.Abstract. This article aims to understand the ramifications of teenage use of virtual social networks in contemporary society by a psychoanalytic perspective that comprises the adolescence as a subject who is built on/by the relationship with the other, through a social and cultural via, as well as by identification processes. To understand the relationship between adolescents and culture, we have used the concept of ideal as the culture guiding principles which offer references about what shall be longed for. Our hypothesis, however, is that contemporaneity goals forged by society have not fulfilled their function of performing a sense of security and fostering social ties/bonds, social bonds like what was proposed by Freud (2010cFreud ( [1930
Este trabalho tem como objetivo compreender a transmissão psíquica entre gerações em meio ao cenário social e cultural contemporâneo, caracterizado como um tempo de aceleração e excesso de estímulos onde o mais importante é a fruição do momento presente, o que leva a um desinteresse pelo passado e pela história. Diante desse estado das coisas, assistimos a dificuldades na capacidade de historicizar, o que afeta o processo de transmissão psíquica e dificulta a construção de uma narrativa que dê sustentação simbólica para os sujeitos empreenderem sua jornada. Para a psicanálise, nos constituímos na dimensão intersubjetiva que nos situa como herdeiros de disposições psíquicas transmitidas pela cultura e pelos nossos pais. Temos como hipótese que o cenário contemporâneo leva a uma transformação da transmissão psíquica, cujos efeitos podem ser percebidos na falha da experiência compartilhada, declínio das narrativas e erosão da função simbólica que estaria configurando uma geração do esquecimento.
RESUMO:Este artigo tem como proposta compreender a adolescência sob a ótica psicanalítica articulada ao social, considerando a adolescência uma configuração específica da estrutura histórica, na qual o sujeito se constrói na/pela relação com o outro, pela via social, cultural. Argumentamos que a Psicanálise, como método de análise, baseia-se na visão histórica da subjetividade, que identifica as transformações do ethos cultural e suas implicações para o sujeito; pensando o psíquico em sua articulação com os acontecimentos histórico-sociais. Tal análise pode contribuir para ampliar a compreensão acerca dos adolescentes. PALAVRAS-CHAVE:Adolescência; História; Psicanálise. ADOLESCENCE FROM THE POINT OF VIEW OF SOCIAL-LINKED PSYCHOANALYSISABSTRACT: Adolescence is investigated from the point of view of social-minded psychoanalysis. Adolescence is a specific configuration of a historical structure where subjects construct themselves within and through their relationships with others, socially and culturally. As a method of analysis, Psychoanalysis is based on the historical stance of subjectivity which identifies the transformation of cultural ethos and its implications on the subject. The psychic stance is thought in its articulation with historical and social events. Current analysis may contribute towards an indepth study on adolescence.
O adolescente que comete ato infracional, expõe problemáticas que devem ser analisadas a partir de um viés amplo e não reducionista. Este artigo objetiva fazer uma análise crítica do fenômeno de adolescentes criminalizados, examinando aspectos históricos, sociais e subjetivos. O percurso metodológico consiste em uma revisão bibliográfica crítica, consubstanciada em referenciais teóricos das Ciências Sociais, da crítica do Direito Penal e da Psicanálise, configurando uma abordagem interdisciplinar. Dentre os resultados, destaca-se que o adolescente autor de ato infracional ainda é massificado e estigmatizado, e observa-se um movimento punitivista que culmina na institucionalização em massa de jovens, sobretudo negros e periféricos. Para além, a psicanálise revela que há também implicação subjetiva do jovem em conflito com a lei. O conceito de privação, elaborado pelo psicanalista Donald Winnicott, propõe um olhar diferenciado para este fenômeno, e oferece uma compreensão singular a respeito da especificidade do desamparo psíquico de adolescentes criminalizados
A questão do narcisismo e dos ideais tem fundamental importância no processo adolescente, quando o sujeito assume um novo status frente ao outro e a si próprio. Com a desidealização dos pais e com o luto pela perda destes pais e pela perda narcísica, os adolescentes procuram formar novos objetos pulsionais e se veem numa encruzilhada ao ter que se reposicionar frente às identificações estabelecidas na infância e às referências simbólicas da cultura. O desafio adolescente consiste em integrar e elaborar as marcas do passado, de modo com que possam ser transformadas em um projeto futuro. Neste trabalho, partimos de um levantamento bibliográfico por meio da conceituação de Freud acerca do narcisismo e do ideal, com o objetivo de pensar o processo adolescente e suas possibilidades no cenário contemporâneo. Assim, tem-se como resultado que a despeito de um cenário social que não favorece a construção de ideais que permitam ir além do presente e que apontem para um futuro, os adolescentes encontram no processo analítico a possibilidade de fazê-lo. Concluindo, portanto, a importância da psicanálise para acompanhar a travessia adolescente.
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