RESUMO: A inauguração da Associação Cristã de Moços no Brasil e a expansão do seu projeto formativo contaram com um importante elemento atrativo: o protestantismo. Em finais do século XIX já circulavam no país ideias, proposições e práticas afinadas com a estrutura religiosa da Associação. Com a chegada de instituições e sujeitos estadunidenses no Brasil, aportavam no país formas de viver sintonizadas com padrões estadunidenses de operar no mundo. De forma sutil ou de modo explícito, é possível identificar elementos mobilizados também pela ACM para aproximação dos brasileiros com práticas culturais, com valores, com o modo de vida “americano”. Nas representações produzidas sobre o Brasil, os acemistas articularam um mecanismo que ora indicava as condições desfavoráveis do país, ora as tomava como mote para a ressonância das iniciativas da Associação. Indicar limitações, mas também apresentar alternativas para novos costumes, novas práticas, novas sensibilidades, essa parecia a dinâmica acemista.
Este estudo investigou as ações de qualificação do professorado realizadas pela Inspetoria de Educação Física de Minas Gerais, no período de 1927 a 1937. As fontes foram constituídas pela legislação estadual, por periódicos de ação governamental e impressos sobre Educação Física. O texto apresenta as motivações para a criação de um órgão específico para organizar ações relativas à presença da Educação Física nas escolas, analisa o projeto empreendido pelos sujeitos que compuseram a Inspetoria com destaque para o investimento central no aperfeiçoamento docente, por meio de cursos intensivos e de circulação de impressos, e ainda discorre sobre o declínio de tal órgão. Nas ações de formação de professoras é possível afirmar que a Inspetoria ultrapassou os limites de subsídios eminentemente práticos e alargou os conhecimentos das professoras responsáveis por ministrar Educação Física nas escolas.
RESUMO Este artigo analisou a constituição de três modelos pedagógicos na Educação Física brasileira, entre as décadas finais do século XIX e os anos de 1980, colocando em contraste a ortopedia do corpo, a eficiência dos gestos e a ciência para o esporte como formas disciplinares distintas de produção de sentidos para a área. Foram priorizadas fontes impressas, especialmente aquelas que abordam métodos e orientações pedagógicas, além de documentos organizadores de políticas. Os indícios perscrutados e o diálogo com a historiografia do campo permitiram dar operatividade à noção de modelo pedagógico estabelecida por Marta Carvalho (2011), e lançar um olhar atento aos léxicos contribuiu na composição de cada um deles, pois algumas palavras-chave foram pistas importantes na compreensão dos processos históricos investigados. A análise implicou reconhecer nas representações sobre a Educação Física as interlocuções com outros países, dando a ver múltiplas práticas de circulação e apropriação presentes nas maneiras de educar o corpo, na escola e fora dela.
Este estudo aborda a criação de praças de jogos pela Inspetoria de Educação Física de Minas Gerais (1927-1937). As análises das fontes, prioritariamente constituídas pelo jornal oficial do estado, permitem afirmar que a construção de tais espaços aconteceu em um contexto de mudanças educacionais informadas pelo ideário da Escola Nova e foi motivada pela compreensão de que as praças seriam um complemento educativo da escola, pelo apelo à natureza infantil e ao entendimento do brincar como prática essencial às crianças, pela possibilidade de incorporação de valores sociais. Esses elementos estavam sintonizados com o projeto educativo que se desenvolvia em Minas e revelam sentidos culturais produzidos para a relação entre a recreação e a educabilidade da infância.
Este estudo investiga iniciativas relacionadas à construção de playgrounds, de praças de jogos e de jardins de recreio durante as décadas de 1920 e 1930, em experiências educacionais empreendidas no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul, por sujeitos ligados à Associação Cristã de Moços. A análise das fontes mobilizadas permite indicar que a consideração daqueles lugares como extensão da escola, o entendimento de que eles constituiriam momento privilegiado para dar expansão aos instintos infantis, a compreensão de que as atividades ali desenvolvidas poderiam incorporar códigos para a vida social dos alunos e a preocupação com a boa ocupação do tempo livre compuseram o arranjo argumentativo para a defesa da instalação de tais espaços educativos.
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