Este artigo, no campo da teoria da arte e da arquitetura debate as novas formas da curadoria digital na cidade e o surgimento de narrativas urbanas que questionam os poderes vigentes, caso do ataque recente a monumento colonialista pelo mundo e sua associação a cultura digital. Para este debate, discute-se o fortalecimento do setor privado digital durante a pandemia e se propõe pensar a nova condição da cidade em meio ao isolamento e distanciamento físico, derivado do COVID-19. Deste modo, propõe-se discutir o termo curadoria digital urbana e a revisão patrimonial em curso, refletida na remoção e ataque a monumentos pelo mundo. A remoção e o ataque coletivo aos monumentos é um marco nos modos de operar a memória urbana que revisa a construção linear da narrativa histórica, colocando em cheque a calcificação memorial. A relação entre cidadãos e os modos de habitar a cidade se transformam à medida em que as superfícies são redesenhadas pela cultura e mercado digital. A tomada da cidade pelo território informacional, gera um lapso da percepção espaço-temporal, impactando a linearidade do tempo, as narrativas e até mesmo a historicidade em seus moldes tradicionais. Deste modo, este artigo discute o impacto destas condições sobre o patrimônio, o questionamento das narrativas expostas na cidade, e o contraditório estabelecimento das memórias digitais na vida cotidiana.
A utilização da tecnologia de Realidade Mista, no campo da arte e da museologia, é cada vez mais frequente. Nas duas últimas décadas, ela viabilizou o desdobramento espacial e temporal, de modo consciente, indissociando o plano físico do virtual. O projeto Talking Statues (2014) permite analisar o modo como a Realidade Mista pode ser aplicada no espaço urbano, sobretudo na construção de um acervo interativo, além do território institucional. A ação não está livre dos interesses e poderes, porém refl ete um novo direcionamento das tensões quanto ao acervo e ao museu, propriamente ditos. Este artigo, no campo da História e Teoria da Arte Contemporânea, discute essas novas tensões e direcionamentos, a partir do projeto artístico e interativo, realizado em Londres.
Este artigo apresenta uma perspectiva sobre as dinâmicas de compartilhamento digital de memórias que evidenciam o gradual deslocamento do sistema museológico para a cidade. Objetiva-se discutir a condição da cidade contemporânea como museu a céu aberto a partir das interfaces digitais móveis, apontando para a obsessão de registro, arquivamento, curadoria e exibição coletiva de acervos digitais em tempo real. Discute-se o mapeamento da cidade por meio das memórias coletivas e seus respectivos valores, em uma discussão sobre o espaço urbano como local de arquivamento e re exposição de si mesmo, em novas perspectivas curatoriais.
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