Há muito tempo, a fotografia, em seus aspectos dinâmicos e mesmo paradoxais, vem compondo o panorama da pesquisa no campo da Educação, teórica e metodologicamente. Assim sendo, neste artigo, temos como objetivo discutir a fotografia na qualidade de elemento decisivo de uma metodologia particular, a foto-elicitação. Mais especificamente, interessa-nos tratar da foto-elicitação, na medida em que ela é dinamizada no diálogo com um grupo particular de sujeitos, as crianças. Para tanto, inicialmente, apresentamos um levantamento bibliográfico sobre pesquisas com/sobre crianças que, metodologicamente, valeram-se de imagens para estabelecer diálogos singulares com elas (as crianças) – especialmente aquelas pesquisas que fazem uso declarado do método da foto-elicitação. Em seguida, com base na análise dos resultados desse mapeamento e, junto a ele, as nossas experiências de pesquisa com crianças, sistematizamos um conjunto de vantagens e, também, de desafios que se impõem a essa forma específica de compor o campo de investigação e suas estratégicas de produção de dados.
O objetivo deste artigo é discutir um aspecto específico quanto a problemáticas de ordem metodológica (e que, acreditamos, são também de ordem teórica) ligadas às formas pelas quais trazemos para o texto acadêmico aquilo que, dos encontros com as crianças em situações de pesquisa, emerge como fala, como dito, mas também silêncio, hesitação, gesto, movimento, sonoridade e tantas outras formas de comunicação, de expressão e de sentido. Trata-se, assim, de problematizar práticas de escrita precisas: aquelas de transcrição, de uma espécie de “tradução”, muitas vezes, do falado para o escrito – ou, como buscamos defender, da relevância de construirmos modos de transcriançar a escrita sobre e a partir dos encontros e das conversas que estabelecemos com crianças no campo. Entendemos que o gesto de transcriançar emerge como exercício teórico-metodológico que coloca em jogo modos particulares de urdir a palavra em contexto investigativo, notadamente porque permite fazer ver e dizer a dinâmica mutuamente constitutiva entre narração (da criança) e tradução (do/a adulto/a) em (con)texto investigativo.
O trabalho apresenta dados de pesquisa que monitorou o alcance da meta nacional de atendimento para a Educação Infantil no Estado do Rio Grande do Sul, considerando-se o estabelecido no Plano Nacional de Educação 2001-2010. A metodologia do estudo envolveu análise de dados censitários, demográficos e educacionais no período de 2006 a 2012 e análise documental das “Radiografias da Educação Infantil” elaboradas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE/RS, 2007, 2010, 2011, 2012, 2013). A ampliação do atendimento à faixa etária da Educação Infantil no estado cresceu no período analisado, atingindo em 2012 o percentual de atendimento de 25,46% para a subetapa Creche e de 67,84% em relação à Pré- escola. A análise dos dados projeta desafios para este estado no que se refere ao decênio 2014-2024, prazo de vigência do novo Plano Nacional de Educação para que sejam alcançados os percentuais previstos para ambos os agrupamentos etários.
O objetivo deste artigo é analisar as ações desenvolvidas por uma escola pública de educação infantil no período anterior ao contexto pandêmico para iniciar uma proposta pedagógica de desemparedamento. Avaliamos em que medida a proposta pode se tornar adequada para o retorno do atendimento presencial em escolas dessa etapa de ensino. A partir da metodologia de pesquisa autobiográfica, refletimos sobre quais são as possibilidades e os desafios para a continuidade da proposta nesta escola do ponto de vista da gestão escolar. Os benefícios de uma organização das experiências das crianças ao ar livre são abordados em estudos teóricos e documentos legais através dos conceitos de espaço e de desemparedamento da infância. Concluímos que será preciso garantir um retorno seguro, na perspectiva dos protocolos sanitários e do distanciamento entre os sujeitos, porém, sem esquecer da oferta de um espaço de acolhimento e de aprendizagem qualificado para as crianças. Nesse sentido, o uso dos espaços externos e da proposta de desemparedamento, adaptado ao contexto, surge como uma possibilidade viável, pertinente e significativa.
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