Resumo. Neste artigo são traçadas reflexões sobre a formação de professores de ciências no âmbito da Educação Ciência-Tecnologia-Sociedade (ECTS) e da Educação Ambiental (EA). Por um lado, a partir da análise da produção sobre ECTS e EA, discutem-se ações voltadas à formação de professores no que se refere tanto à natureza e contexto de desenvolvimento das mesmas, quanto aos elementos e/ou recomendações que têm sido enfatizados por pesquisadores. Por outro lado, são apresentados exemplos de propostas em desenvolvimento no contexto do Ensino de Ciências, em três universidades brasileiras: Universidade de Brasília (UnB), na Universidade Federal do ABC (UFABC) e na Universidade Federal do Tocantins -campus Universitário de Araguaína (UFT-Araguaína). À medida que são traçadas considerações sobre esses dois universos, da pesquisa e das universidades, discutem-se elementos para a formação de professores preocupados com o exercício crítico para a cidadania. Abstract. In this article are drawn reflections on the training of teachers of science in the context of education Science-Technology-Society (STS) and Environmental Education. On the one hand, from the analysis of production on Education STS and on Environmental Education, it is argued that the nature of actions focused on teacher training, in particular, as regards the elements and/or recommendations that have been emphasized by researchers. On the other hand, are examples of proposals for development in the context of the Teaching of the Sciences at the University A, at the University B and the University C. Where are studied e that are outlined considerations on these two universes, of research and of the Universities, we discuss elements for the training of teachers concerned with the exercise of citizenship. Palavras-chave: educação científica, CTS, educação ambiental, formação de professores Keywords: science education, STS, environmental education, teacher training Introdução A formação de cidadãos tem sido defendida como um dos objetivos da educação básica brasileira (BRASIL, 2013). Essa preocupação não é recente e a ela têm sido articuladas diferentes propostas educacionais, a exemplo da Educação Ciência-Tecnologia-Sociedade (ECTS) e da Educação Ambiental (EA). Essas propostas, ainda que apresentando fundamentos e perspectivas distintas, se aproximam no sentido em que buscam uma educação escolar compatível com as transformações e riscos presentes na sociedade, almejando o desenvolvimento de compromissos sociais associados a posicionamentos críticos.Em decorrência desses pressupostos, mais do que contextualizar o conhecimento, compreender o mundo, questioná-lo e/ou se posicionar frente as suas realidades, defende-se que um aspecto central de uma educação crítica é a busca pela
Um olhar mais crítico sobre os acontecimentos que permeiam nossa realidade requer formação escolar científica pautada por uma perspectiva mais complexa e reflexiva. Isso se dá especialmente ao considerar as Dimensões da complexidade nos contextos específicos da educação, do processo ensino-aprendizagem e da epistemologia, incorporadas em propostas de aulas de ciências mais abertas e dinâmicas. Considerando esses pressupostos, esse artigo identifica e analisa aspectos da complexidade (i) em uma proposta de aulas de Física sobre as emergências climáticas; e (ii) nas impressões sobre esta proposta de docentes da escola básica. Tomam-se elementos da Análise de Conteúdo para organização e interpretação dos dados. Dos resultados, destacam-se que os aspectos da complexidade quando incorporados em propostas de aulas tem potencialidade de aproximar o ensino das ciências das realidades dos sujeitos, em especial, porque dá abertura para reflexões mais participativas e criativas, embasadas em distintas esferas do conhecimento, como a científica, cotidiana, cultural, política e econômica. Nota-se também que as intencionalidades projetadas pelos pesquisadores são relativamente frágeis visto que grande parte dos conhecimentos conceituais é suprimida na análise docente acerca das aprendizagens de seus estudantes.Palavras-chave: Ensino de Física, Ambiente, Risco, Dimensões da complexidade.
A perspectiva da complexidade anuncia uma forma de pensar e agir frente às situações da realidade que, de modo geral, referem-se a sistemas abertos e dinâmicos. Para buscar aproximações com essa perspectiva e propor sua efetiva incorporação nas ações dos sujeitos, nos parece fundamental considerá-la no processo educacional, por meio de diferentes dimensões: Dimensão Educacional, Dimensão de Ensino-Aprendizagem e Dimensão Epistemológica. Cada uma dessas Dimensões incorpora a complexidade em contextos distintos da educação e formação científica escolar. Elas, ainda em construção, buscam organizar alguns elementos da complexidade que podem mobilizar os sujeitos para uma mudança de paradigma. Nossa hipótese é a de que essas Dimensões, ao permear os discursos e as ações docentes, contribuam para uma formação mais complexa, próxima da realidade dos sujeitos. Diante disso, esse artigo busca investigar de que forma as questões da complexidade estão presentes nas produções de membros de grupos de pesquisa espanhóis que as incorporam no contexto da educação científica escolar. Ao investigar tais grupos, pretende-se aprofundar o sentido dessas Dimensões e suas especificidades, através de aproximações não nacionais. Metodologicamente, a pesquisa compreende dois momentos: (1) identificação dos pontos de partida de aspectos da complexidade na Dimensão Educacional, na Dimensão Ensino-Aprendizagem e na Dimensão Epistemológica; e (2) identificação desses aspectos, tomando como material de referência as produções em periódicos de alguns grupos educacionais espanhóis especialistas no assunto. Para análise dos dados, considerar-se-á a Análise Textual Discursiva, tomando como parâmetro a perspectiva da complexidade e as estratégias usuais em estudos etnográficos. Dentre os resultados, constata-se uma significativa convergência de perspectivas, ainda que com matizes. Reitera-se que uma mudança nas propostas de educação científica, que busquem ir além de um pensamento simples e trabalhar na perspectiva mais complexa, é potencializada quando a complexidade leva em conta, de forma articulada, aspectos de todas suas Dimensões. Ou seja, uma educação para a complexidade requer que ela seja incorporada em um conjunto de ações/ atitudes/ reflexões; caso contrário, a escola está apenas acentuando alguns modos de pensar e atuar que podem levar apenas às mudanças pontuais e individualizadas.
Resumo: As questões socioambientais promovem discussões abertas e complexas, podendo aproximar estudantes de suas realidades, o que, por sua vez, traz distintos significados para a aprendizagem escolar. Considerando essas potencialidades, este artigo traz um panorama da perspectiva da complexidade nas produções socioambientais em ensino no Brasil e na Espanha. Metodologicamente, apresentam-se os níveis de ensino nos dois países e alguns documentos que orientam a Educação Ambiental para, em seguida, investigar de que forma os trabalhos acadêmicos publicados em revistas reconhecidas do ensino vêm abordando a perspectiva da complexidade na temática socioambiental. Dos resultados, identifica-se uma gama considerável de produções com potencial para abordar a complexidade, seja em uma perspectiva com (i) aproximações pontuais; (ii) potencial: em transição; ou, (iii) alto potencial: consolidada. Particularmente, as produções em (iii) estão mais próximas da perspectiva da complexidade enquanto elemento organizador da Dimensão Educacional, da Dimensão Ensino-Aprendizagem e da Dimensão Epistemológica.
Nos últimos tempos há um discurso reducionista que vem ganhando espaço em diversas publicações, conferências e debates amplos sobre o decrescimento e colapso associado aos limites biofísicos do meio que, por sua vez, levariam ao esgotamento de recursos naturais e às mudanças climáticas. Nessas abordagens é comum a defesa de que o decrescimento supõe uma descomplexificação desejada e/ou inevitável do sistema social. Esses pressupostos podem disseminar uma ideia equivocada sobre a forma de lidar com as questões socioambientais ao mesmo tempo em que aponta para limitações estruturais do ponto de vista social. Diante dessa problemática iminente, neste ensaio discutem-se alguns aspectos da perspectiva da complexidade partindo do pressuposto de que ela nos ajuda a compreender que o decrescimento não significa inevitavelmente uma diminuição da complexidade do sistema social. E nos mostra como uma formação mais criativa e crítica demandará intervenções que levem a uma proposta menos linear, pautada em uma mudança de paradigma e na própria forma de se relacionar socialmente.
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