A diversidade geomorfológica, ambiental, paisagística e cultural do território brasileiro propicia grande valor turístico, capaz de atender a diferenciados segmentos e motivações. Nesse contexto, destaca-se como potencial ainda a ser melhor compreendido o turismo que decorre da experiência vivenciada no campo, em especial daquela relacionada às atividades que encontram interface com práticas rurais e na natureza que não são, essencialmente, consideradas turísticas. Encontram-se, nesse âmbito, os pequenos produtores de orgânicos e de flores, os apiários, os microfabricantes de queijos e doces, além dos organizadores de eventos que reproduzem manifestações fortalecedoras das culturas locais e regionais. Estes são exemplos, entre outros, de como o turismo se evidencia no espaço rural, traduzindo-se em possibilidade de complementação de renda para os que dele se apropriam e sinalizando, em alguns casos, como novas marcas de destinos.Entretecendo uma teia de esperança para enfrentar a crise econômica, sociocultural e ética que tomou o país nos últimos tempos, o turismo no espaço rural ressurge no cenário de alguns estados brasileiros como mais uma oportunidade para repensar não só práticas, mas, sobretudo, valores. Nesse âmbito, assiste-se à retomada de projetos que se apoiam nos sinais de despertamento de ofertas estimuladas pela sensação de autoestima e pertencimento, e no interesse crescente de demandas ávidas por um espaço que congregue natureza, sossego e segurança -o campo.Contudo, esse espaço parece ser ainda pouco compreendido ou percebido em suas nuances e particularidades, apresentando-se, portanto, desqualifica-