Resumo: Neste trabalho, buscou-se apresentar algumas relações dos jovens com a teoria da evolução biológica encontrados no Brasil e na Itália, caracterizando as principais similaridades e divergências identificadas nas respostas dos estudantes. Os dados foram coletados por meio do questionário intitulado Barômetro e analisados com auxílio do software Statistical Package for Social Science (SPSS), versão 18.0. Os resultados apontam que os italianos reconhecem com maior frequência a validade de tópicos relacionados à teoria evolutiva. Além disso, há diferentes fatores socioculturais associados às respostas dos jovens dos dois países, que aumentam ou reduzem a proximidade dos estudantes com explicações científicas para os fenômenos naturais.
A realização de pesquisas em larga escala na área da educação requer acesso a uma grande produção de dados, que envolve a participação de muitos sujeitos colaboradores. Considerando-se as dimensões geográficas do Brasil, com suas particularidades regionais, é imprescindível uma logística eficiente para a execução exitosa do estudo. Pensando nisso, o presente trabalho tem como objetivo apresentar algumas reflexões sobre as experiências com pesquisas de cunho quantitativo e de larga escala no âmbito do ensino de ciências, caracterizando aspectos teórico-metodológicos, alguns desafios e as possibilidades de investigação ao se obter dados de representatividade nacional. Os resultados apontam que, ao delinear uma pesquisa com essas características, o trabalho colaborativo deve se fazer presente, a fim de possibilitar a integração e discussão entre todos os sujeitos envolvidos na pesquisa. Além disso, é preciso considerar as especificidades das escolas e da universidade, de modo que ambas as instituições dialoguem e ocupem o lugar de formadoras durante o processo de obtenção e tratamento dos dados da investigação.
The idea of biological evolution is not accepted by many people around the world, with a large disparity amongst countries. Some factors may act as obstacles to the acceptance of evolution, such as religion, a lack of openness to experience, and not understanding the nature of science. Although the strength of the association between evolution acceptance and non-scientific factors varies among studies, it is often assumed that resistance to evolution is the byproduct of a religious background. Some studies are even more specific and try to associate the acceptance of evolution with precise religious affiliations. We aimed to explore the strength of associations among nationality, religion, and the acceptance of evolution by students using multiple correspondence analysis (MCA) and statistical tools, with nationwide samples from two different countries. Here, we show that wider sociocultural factors predict the acceptance of evolution to a higher degree than a religious background. We carried out two nationwide data collections that allowed us to compare differences in the acceptance of evolution in Italy and Brazil by high school students who declare to belong to the same religion in the two countries. Roman Catholic students showed significant differences between the two countries, and the gap between them was wider than between Catholics and non-Catholic Christians within Brazil. Our conclusions support those who argue that religious affiliation is not the main factor in predicting the level of evolution acceptance. The sociocultural environment and the level of evolutionary knowledge seem to be more important in this regard. These results open up new interpretative perspectives and provide a better understanding of attitudes towards evolution.
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