Resumo A leptospirose é uma doença comum em locais urbanizados sem saneamento básico. A bactéria causadora é transmitida pelos roedores e pode contaminar os cães e estes, as pessoas, sendo a enfermidade considerada zoonótica. O objetivo deste estudo foi conhecer os riscos ambientais à saúde dos moradores de um novo reassentamento urbano, identificando problemas e construindo possíveis soluções, concretizadas em um material de educação ambiental com as demandas específicas encontradas nessa comunidade. Foram realizadas entrevistas domiciliares com perguntas sobre os hábitos e costumes das pessoas com relação aos cuidados com os animais de estimação, presença de animais sinantrópicos nos domicílios e manejo dos resíduos sólidos domésticos. Também foram efetuadas 142 coletas de amostras de sangue nos cães destes domicílios, para sorologia anti-leptospira, das quais 26 (18,3%) foram soropositivas; as sorovariedades mais frequentes foram Icterohaemoragiae (46%) e Canicola (26,9%). A partir dos dados obtidos nas entrevistas domiciliares e dos resultados das análises sanguíneas dos cães, foi possível perceber os principais problemas ambientais e os riscos à saúde a que essa comunidade estava exposta. Foi então elaborado um material educativo para dar respostas e orientações aos problemas ambientais específicos observados e apontados pela comunidade.
Resumo: O objetivo deste estudo foi analisar os fatores associados aos casos de anomalias congênitas na perspectiva dos determinantes sociais da saúde no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Trata-se de um estudo do tipo caso-controle, com todas as duplas de mães e nascidos vivos no período de 2012 a 2015 no estado, sendo considerado o total de nascidos vivos com anomalia congênita (5.250), e realizada amostragem aleatória de 21 mil sem anomalia congênita, conforme as informações das Declarações de Nascidos Vivos. Para análise estatística, foram realizados testes qui-quadrado e modelos de regressão logística com o SPSS. O modelo de Dahlgren & Whitehead foi utilizado como base para agrupamento e discussão das variáveis. No modelo multivariado, todas variáveis que se mostraram associadas significativamente com o desfecho foram no sentido de aumentar a chance de nascimentos com anomalia congênita: as mulheres pretas tiveram 20% mais chance, comparadas às brancas (OR = 1,20; valor de p = 0,013); ter mais de 40 anos aumentou em 97% a chance, quando comparadas às de 18 a 29 anos; as mulheres com menos de quatro anos de estudo apresentaram 50% mais chance, comparadas às mulheres com 12 anos ou mais de estudo (OR = 1,50; valor de p = 0,001); as mulheres que não realizaram nenhuma consulta de pré-natal tiveram 97% mais chance, comparadas às mulheres que realizaram sete ou mais consultas (OR = 1,97; valor de p = 0,001); e a ocorrência de abortos/perdas fetais aumentou em 17% a chance, em relação a nunca ter tido abortos/perdas fetais prévios (OR = 1,17; valor de p = 0,001). Os resultados trazem à discussão as desigualdades raciais e sociais, relacionando-as às iniquidades em saúde.
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