Este artigo apresenta uma discussão conceitual e analítica sobre processos performativos implicados na construção e na naturalização do que vamos chamar de “masculinidade forrozeira”. Nosso objetivo é compreender o papel de determinados valores identitários envolvidos na circulação performativa de sentidos sobre masculinidade em jogos de linguagem da prática cultural forró eletrônico. O estudo se ampara nos aportes teórico-metodológicos da Nova Pragmática/Pragmática Cultural (RAJAGOPALAN; MARTINS FERREIRA, 2006; RAJAGOPALAN, 2010, 2016; ALENCAR; MARTINS FERREIRA, 2012; FABRÍCIO; PINTO, 2013; ALENCAR, 2014; PINTO, 2014) e nos estudos sobre identidades de gênero (BUTLER, 1997, 2000, 2003) com foco nas masculinidades (CONNELL, 1995; CONNELL; MESSERSCHMIDT, 2013; ALBUQUERQUE, 2000, 2003, 2010). O quadro analítico inclui as categorias avaliação, explicitação de autoimagem (PINTO, 2014) e retórica sinonímica (FIORIN, 2014). Os resultados indicam que a masculinidade forrozeira se constitui na performatividade que reproduz uma tradição nordestina de sentidos e valores sobre “o homem regional”, mas que, ao mesmo tempo, instaura outros modelos igualmente hegemônicos no âmbito das masculinidades. Concluímos salientando a necessidade de tematizar e problematizar sentidos naturalizados que, eventualmente, possam estar na base de desigualdades de gênero, exclusões, estigmas e objetificação feminina.
Realizamos aqui uma interpretação de algumas orientações para escrita presentes no Guia prático para redação científica (VOLPATO, 2015). Um manual, segundo seu autor, destinado a auxiliar pesquisadores a redigir artigos acadêmicos em um padrão internacional. Nossos objetivos são analisar: (1) as estratégias retóricas na produção de conhecimento sobre escrita científica e (2) os posicionamentos sobre redação científica (implicado nisso, sobre ciência de maneira geral) presentes em tais orientações. Como referencial teórico-metodológico, estabelecemos um diálogo entre perspectivas de estudos que concebem a linguagem como uma ação e, nesse sentido, dão ênfase à dimensão retórica e performativa da ação humana, sobretudo a ação da escrita acadêmica (BAZERMAN, 2015; 2011; 2005; FIORIN, 2015; RAJAGOPALAN, 2014; 2008; 1998; HYLAND, 2011; 2000). Como resultados, a presente pesquisa oferece subsídios para uma melhor compreensão a respeito de visões dominantes sobre escrita científica e sobre a necessidade do respeito à diversidade de culturas disciplinares (HYLAND, 2011).
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