Este artigo busca ampliar a compreensão do abastecimento de hortifrútis por meio de um estudo dos mercados em Santa Maria/Rio Grande do Sul no qual os principais critérios adotados na análise são: tipos de produtor, os diferentes canais de comercialização e a característica do mercado utilizado. Foram abordados 91 estabelecimentos produtores e constatou-se que 50,5% são Pequenos Produtores de Mercadorias, 39,5% Produtores Simples de Mercadorias e 11% Produtores Capitalistas de Mercadorias. Há tendência para mercados amparados em canais de nível zero, com encurtamento da cadeia, destacando-se as feiras, acessadas por 72% dos produtores. Em 49% dos casos, emprega-se apenas um canal de comercialização, em 32%, dois, em 16%, três, e somente 2% utilizam quatro canais. Os Mercados de Proximidade (MP) são mais frequentemente acessados pelos produtores, seguidos por Mercados Locais e Territoriais (MLT), enquanto Mercados Convencionais (MC) possuem um número mais limitado de produtores envolvidos. Sugere-se uma nova categorização de produtor, o Produtor Rentista, bem como, aponta-se que uma maior autonomia do produtor dependerá do acesso a mais canais de comercialização e maior controle para apropriação do valor gerado. Embora haja diversidade de canais nos quais os agricultores de hortifrúti de Santa Maria/RS se inserem, verifica-se maior dependência dos MP e MLT, demonstrando como a cadeia produtiva analisada é restrita ao contexto local.
A qualificação dos espaços de ensino por meio de metodologias que coloquem os estudantes em interação com a realidade é vista como uma forma de promover a formação dos profissionais das Ciências Agrárias com uma visão mais holística. Nesse sentido, o presente relato de experiência tem como objetivo contextualizar e problematizar uma experiência metodológica a partir da mediação e condução do elemento curricular de Extensão Rural no curso Técnico em Agropecuária, por meio de vivências de práticas sociais como forma de reflexão sobre a complexidade dos sistemas agrícolas. Deve-se considerar que o elemento curricular de Extensão Rural é tido como o espaço adequado para tratar dos processos de intervenção e mediação dos futuros profissionais. A atividade que será descrita foi desenvolvida no curso Técnico em Agropecuária, modalidade subsequente, do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), ao longo do segundo semestre de 2019. O conteúdo foi desenvolvido com alternância de aulas teóricas e vivências em propriedades da agricultura familiar do município de Agudo, Rio Grande do Sul, e organizado em conjunto com a prefeitura e a Emater-RS/Ascar. Como resultado, podem ser destacados o maior comprometimento dos estudantes, o diálogo com a sociedade e um processo mais crítico e reflexivo de ensino. A construção dessa proposta foi inspirada na vivência profissional da extensão rural e baseada nas perspectivas em diálogo com contribuições das correntes pedagógicas, como a histórico-crítica e a construtivista.
O objetivo deste estudo foi identificar e compreender como se manifestam as cadeias curtas de abastecimento através das feiras livres, as relações com outros mercados, o perfil socioeconômico e percepções dos feirantes em relação a feira e sua participação em São Pedro do Sul (RS) e Santo Augusto (RS). A coleta de dados ocorreu no mês de outubro de 2013 por meio da técnica de entrevista estruturada. A tabulação e análise dos dados foi realizada através do software SPSS Statistics Versão 22.0. Os resultados mostram que os feirantes possuem idade média de 39,5 anos em Santo Augusto e 55,45 anos em São Pedro do Sul. A maioria utiliza mão de obra familiar e uma área média de produção de 12,75 hectares em São Pedro do Sul e 10,17 hectares em Santo Augusto. Além da feira livre os agricultores possuem outras formas de participação nos mercados, mas caracterizadas como de cadeias curtas de abastecimento. Verificou-se que os feirantes valorizam atributos diferentes tanto em relação a condição geral da feira livre, como em relação ao seu próprio preparo para a participação nesses espaços de comercialização. Conclui-se que há similitudes no aspecto organizacional entre as feiras, são empreendimentos familiares que apresentam dificuldades de sucessão e possibilitaram o acesso dessas famílias a comercialização e o aprendizado para conquistarem outros mercados.
A inserção dos agricultores nos mercados pode variar desde uma simples troca de excedentes a formas mais organizadas e complexas, construídas a partir de processos de interação social. Essas diferentes formas de troca de produtos são denominadas canais de comercialização, que se caracterizam por distintas formas de interação dos produtores com os mercados. Este trabalho tem por objetivo explorar e compreender as condições que podem estar relacionadas à participação dos produtores de frutas e hortaliças do Vale do Jaguari em diferentes canais de comercialização. A operacionalização da pesquisa se deu por aplicação de questionários junto aos 67 produtores que se declararam produtores de frutas e/ou hortaliças. Os dados foram analisados com o auxílio do software SPSS (Statistical Package for the Social Science) 21, utilizando técnicas de estatística descritiva e teste qui-quadrado. Observou-se que cada município apresenta diferentes formas de inserção dos fruticultores e horticultores nos mercados. Em Jaguari, o mercado territorial se destaca pela presença da Cooperativa Agrária S. José Ltda, enquanto em Nova Esperança do Sul os mercados de proximidade são mais representativos. O tipo de produto também interfere no acesso a um ou mais mercados. Comparativamente, em Nova Esperança do Sul, as relações comerciais são caracterizadas por vínculos interpessoais baseados na confiança e amizade entre os indivíduos, principalmente em pequenas comunidades; em Jaguari, a maioria das transações é baseada em valores monetários (preço), mas com forte ênfase na importância de questões de proveniência e reputação, que foram sendo construídas ao longo do tempo.
Esta obra Ensino, pesquisa e extensão: uma abordagem pluralista -Volume XV constituiu-se a partir de um processo colaborativo entre professores, estudantes e pesquisadores que se destacaram e qualificaram as discussões neste espaço formativo. Compreende-se que pesquisa é o processo de materialização do saber a partir da produção de novos conhecimentos baseado de problemas emergentes da prática social, e a extensão universitária pode ser entendida como processo educativo, cultural e científico, de intervenção nos processos sociais e identificação de problemas da sociedade.Resulta, também, de movimentos interinstitucionais e de ações de incentivo à pesquisa que congregam pesquisadores das mais diversas áreas do conhecimento e de diferentes Instituições de Educação Superior públicas e privadas de abrangência nacional e internacional. Tem como objetivo integrar e divulgar por meio de uma publicação científica ações interinstitucionais nacionais e internacionais com redes de pesquisa que tenham a finalidade de fomentar a formação continuada dos profissionais da educação, por meio da produção e socialização de conhecimentos das diversas áreas do Saberes. Agradecemos aos autores pelo empenho, disponibilidade e dedicação para o desenvolvimento e conclusão dessa obra. Esperamos também que esta obra sirva de instrumento didático-pedagógico para estudantes, professores dos diversos níveis de ensino em seus trabalhos e demais interessados pela temática.
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