As construções teóricas de González de Gómez e Marteleto são utilizadas para refletir sobre três questões-chave históricas para a Ciência da Informação, que podem ser entendidas como entreves epistemológicos do campo: “o que é informação?”, “o que é documento?” e “como perguntar pelo objeto do campo no contexto digital?”. González de Gómez orienta-se por um discurso filosófico que apreende a informação não por sua essência enquanto conceito/objeto, mas por seu valor enquanto possibilidade de significação e institucionalização. Suas indagações sobre as políticas de informação são indissociáveis do “quem” da informação. Marteleto, a partir do desenvolvimento de uma teoria social da apropriação da informação oficial, não como a apropriação de um dado, mas como uma ação de construção nos contextos sociais. Suas indagações da informação no social são indissociáveis do “para” da informação. As análises teóricas das autoras servem de ancoragem ao campo para lidar com os diferenciais da informação enquanto fato digital, a partir de um ponto de vista ético-político.
Resumo: O objetivo deste estudo é discutir a condição "simbólica" do conceito de documento sob a reflexão contemporânea dos estudos filosóficos da organização dos saberes. A partir da crítica recente apresentada pelas abordagens "neodocumentalistas" à Ciência da Informação, buscou-se avaliar a condição epistemológica do campo e as novas possibilidades de interpretação de suas teorias e de sua práxis. O trabalho reconhece a ênfase atual nos estudos da linguagem ordinária e a influência da crítica pragmatista e pós-estruturalista sobre a construção do conhecimento nos estudos desenvolvidos no campo. Como consequência desta reflexão, identifica-se que o papel do conceito de "documento" na atualidade cumpre diferentes funções epistemológicas na Ciência da Informação, como crítica historiográfica, torção filosófica, revisão da práxis e estratégia discursiva teórica. Ao mesmo tempo, surge a emergência de um conceito mais amplo de "materialidade", não apenas significado pela razão fisicalista, mas determinado sob um ponto de vista culturalista. Este conceito pode ser vislumbrando nos trabalhos dos "neodocumentalistas", principalmente Bernd Frohmann, como também pode ser identificado em uma análise crítica das visões sociopolíticas de Paul Otlet. Palavras-chave: Epistemologia da Ciência da Informação; Neodocumetação; Documento; Via simbólica; Paul OtletThe document and the "symbolic way": under tension of the "neodocumentation"
Este trabalho tem como objetivo discutir a condição da coleção de livros de artista conformada por Paulo Herkenhoff ao longo de sua trajetória subjetiva (nas mãos do colecionador) e duplamente intersubjetiva, ou seja, de um lado, reconhecida nas mãos do donatário (uma vez doada à biblioteca do Museu de Arte do Rio em 2013), de outro lado, apropriada pela experiência do olhar do profissional bibliotecário diante dos itens. Para a realização do estudo, apresentamos a instituição Museu de Arte do Rio em sua história, sua missão e sua arquitetura, seguida de uma breve cronologia biobibliográfica de Paulo Herkenhoff. No plano metodológico, como estudo exploratório e qualitativo, o trabalho recorre às fontes primárias e bibliográficas, de fundo institucional, biográfico e teórico, incluindo a entrevista com o próprio colecionador e a consulta à fundamentação teórica do livro de artista, bem como à literatura biblioteconômica dedicada à teorização das práticas de preservação e de organização do conhecimento de coleções especiais. Como resultados, o estudo evidenciou a condição complexa e híbrida do livro de artista em suas diferentes dimensões espaço-temporais, do plano conceitual ao plano institucional-aplicado, tendo como margem empírico-subjetiva a necessidade de reconhecimento da trajetória do colecionador como efeito central para as decisões de prática institucionalizáveis sobre o livro de artista. As conclusões apontam para o dilema entre o local de guarda e as tipologias descritivas como instâncias ainda em aberto, reconhecidas como categorias tão complexas quanto emergentes para o debate sobre o livro de artista no campo.
A proposta do artigo é remontar elementos teóricos e históricos para a compreensão da obra de Suzanne Briet na França, no contexto internacional e, pontualmente, no Brasil, em sua contribuição para o campo da Ciência da informação. Para a identificação de pontos de inflexões e tensões no percurso do seu pensamento, a discussão refletiu sobre: o legado de Suzanne Briet nos contextos espaço-temporais da Europa, dos Estados Unidos e do Brasil; o jogo das denominações do campo e de seus lugares identitários; a autonomia da obra de Suzanne Briet ante a sombra de Paul Otlet; a marca de Suzanne Briet na construção de uma neodocumentação (ou do contexto de interpretação documentalista angloamericano); o conceito de documento em Suzanne Briet, a partir do seu manifesto de 1951; a profissão e a pesquisa em atrito, no que tange a competências, identidades e conhecimento; e, por fim, a profissão e a pesquisa em sua relação com a questão de gênero. As considerações finais indicam a singularidade das ideias de Briet perante a tradição histórica fundacional da Documentação, bem como a repercussão de seu pensamento para uma epistemologia do campo.Palavras-chave: Suzanne Briet. Documento. Documentação. Epistemologia da Ciência da Informação. História da Ciência da Informação.Link: https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/1173/1067
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