A falta de resposta da soja à aplicação de K em elevadas quantidades pode estar relacionada com suas interações com o Ca e o Mg do solo e, portanto, com a calagem. O objetivo deste trabalho foi avaliar a nutrição potássica da soja em relação ao cálcio e ao magnésio do solo, por um experimento em vasos protegidos, sob casa-de-vegetação, utilizando-se um Latossolo Vermelho Amarelo distrófico típico, textura média, disposto num esquema fatorial 5x7 em blocos casualizados, com 4 repetições. Aplicaram-se, 40 dias antes da semeadura, cinco níveis de calcário dolomítico calcinado (0, 500, 1000, 1500, 2000 mg dm-3), combinados com sete níveis de K (0, 15, 30, 45, 60, 75, 90 mg dm-3), aplicados na forma de KCl, previamente à semeadura. Em cada vaso, cultivaram-se 4 plantas de soja inoculadas com Bradyrhizobium japonicum, cultivar precoce IAC-17, com 112 dias de ciclo. Avaliaram-se duas plantas de cada vaso no estádio R2 (florescimento pleno) e duas no estádio R8 (maturação plena). Quando a relação (Ca+Mg)/K trocável no solo foi superior a 36 ou a relação dos teores foliares (Ca+Mg)/K superior a 3,6, foram verificadas as menores produções de material vegetal em plantas com sintomas de deficiência e teores foliares reduzidos de K. Por outro lado, as maiores produções, aliadas ao maior equilíbrio dos teores foliares de K, Ca e Mg foram obtidas quando a relação (Ca+Mg)/K trocável no solo apresentava-se entre 20 e 30. A relação (Ca+Mg)/K trocável no solo mostrou-se um índice importante de avaliação da disponibilidade do K no solo para a cultura da soja. A recomendação de adubação potássica para a cultura da soja também deve considerar a quantidade de calcário aplicada.