No presente artigo buscamos compreender a emergência recente da pós-graduação em Antropologia Social na UEM a partir de uma perspectiva histórica. Exploramos as razões/motivações que levaram à sua criação/emergência recente. Trata-se do primeiro programa de pós-graduação nesta área de conhecimento oferecido em uma instituição pública de ensino superior. Um dos principais argumentos que procuramos evidenciar, e como o título sugere, é que a pós-graduação emerge, por um lado, como continuidade da graduação em Antropologia e possibilidade de formação antropológica dentro do país, com vista a superar a lacuna na produção do conhecimento antropológico existente. Por outro lado, como uma possibilidade de ruptura em relação à dinâmica impressa anteriormente pelo curso de graduação, caracterizada pela rotina na reprodução do conhecimento antropológico através do ensino, no lugar de produção de conhecimento. Assim, a pós-graduação emerge como motor que pretende galvanizar a produção científica no campo da Antropologia em Moçambique, mas também, como uma resposta à demanda por antropólogos no país, quer ao nível das instituições do Estado (instituições de governo e de ensino públicas), assim como, privadas (ONGs, Organismos Multilaterais e Instituições do Ensino Superior Privadas etc.).
A palavra relação sugere uma conexão, ligação, vinculação entre uma coisa e outra. Neste caso concreto, esta proposta de comunicação pretende discutir a natureza da relação entre a pesquisa em educação e o desenvolvimento sócio-económico a partir de Moçambique. Desde a independência em 1975, a educação em Moçambique figura no topo das prioridades na Governação. A educação é encarada pelo governo moçambicano “como um direito humano e um instrumento chave para a consolidação da paz, da unidade nacional e para o desenvolvimento económico, social e político do país através da formação de cidadãos com elevada auto-estima e espírito patriótico” (Plano Estratégico da Educação 2012, 11). Para que a educação assuma este papel, a pesquisa nesta área é fundamental e ela pode seguir por duas vias: uma realizada por órgãos governamentais, que serve para avaliar o sistema de ensino e verificar aquilo que precisa ser melhorado, em termos de infraestrutura e na formação de professores, e a outra, realizada por pesquisadores e profissionais da educação, referente à produção de conhecimento teórico que seja aplicado nas diversas situações do processo educativo. Entretanto, ambas as vias são interdependentes. Esta comunicação centrar-se-á na segunda via, buscando refletir em torno de questões como: o que é a pesquisa em educação e em que ela consiste ou como se faz? De que é que estamos a falar quando nos referimos ao desenvolvimento sócio-económico, no caso particular de Moçambique? Quando é que a educação e o desenvolvimento sócio-económico passaram a ser pensados como conceitos interligados e/ou interdependentes? Como a pesquisa em educação pode contribuir para o desenvolvimento de Moçambique? Estas perguntas serão respondidas com base numa análise da literatura sobre o assunto.
Foi um dia lindo e intenso! Começou com uma manhã ensolarada e alegre, quando saímos da Casa de Estudante, na cidade de Maputo, rumo ao Bairro Patrice Lumumba, na Matola, com muitas expectativas. Sabíamos que queríamos conversar com mulheres que amarram suas crianças com capulanas, mas não sabíamos aonde, nem como! Tínhamos para oferecer água e entusiasmo, perguntas e cliques. A escolha pelo bairro surgiu aleatoriamente. Encontramos uma pracinha arborizada, conseguimos um pneu e uma cadeira emprestada com feirantes locais. Mateus com seu sorriso e sua câmera, Hélder com sua moçambicanidade e seu changana, Vera com sua feminilidade e empatia. Assim, tentamos estabelecer contato com as mulheres jovens que passavam pela via pública.
Resumo: O ensino superior como prática social e campo de investigação, vem ganhando mais espaço no debate acadêmico nas últimas décadas em todo o mundo. A sua emergência e consolidação resulta do lugar que ocupa nas políticas públicas, nos programas e nas estratégias de desenvolvimento político, econômico, social e cultural a nível global e do seu potencial de transformação social sustentável (construção de mundos e relações sociais mais justas e democráticas). Apesar do reconhecimento e relevância do seu papel para a transformação social, a maioria dos sistemas de ensino superior/ universidades arrasta consigo uma herança colonial e seus paradigmasa colonialidade do saber, do ser e do podercontribuindo para a reprodução e reforço da hegemonia eurocêntrica, baseada na heteronormatividade, branquitude e progresso como valores supremos da modernidade.
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