O texto aborda as práticas ritualísticas dos terreiros e comunidades da Umbanda da cidade de Bagé (RS), situada na fronteira sul do Brasil com o Uruguai, conhecida como região dos Pampas, a qual mantêm fortes traços culturais da tradição eurocêntrica e cristã. O objetivo do trabalho é demarcar as práticas umbandistas como patrimônio cultural negro criado e cultuado pelas populações afro-riograndenses que operam a criação de uma arte de existência e resistência ao colonialismo. A metodologia do estudo baseou-se numa pesquisa documental de cunho descritivo, tendo como material empírico jornais da Associação Espírita da Umbanda de Bagé e imagens fotográficas que retratam as festas de Iemanjá e Ogum celebradas anualmente. Entende-se que as ritualísticas umbandistas compõem um rico patrimônio cultural negro, sinalizando a produção decolonial de afirmação dos modos de vida, pensamentos e crenças cultivadas no referido contexto. Práticas que potencializam um projeto de educação antirracista a ser forjado nos currículos escolares e acadêmicos.
A educação de mulheres umbandistas nos terreiros da cidade de Bagé (RS) é o tema que movimenta a produção do pensamento em uma pesquisa alinhada à vertente epistemológica e metodológica pós-estruturalista. A pesquisa foi construída a partir de um estudo de caso sobre as experiências vividas pelas mulheres umbandistas nas comunidades e terreiros que frequentam. As narrativas das mulheres mostraram uma educação baseada na afirmação da fé nos Orixás, no culto de valores ancestrais e crenças transmitidas de geração em geração. Assim, protagonizam resistências afro-diaspóricas aos epistemicídios coloniais, racistas e machistas, inventando para si artes singulares de viver.
O artigo aborda a atuação das ouvidorias de três IES do Rio Grande do Sul (Brasil). Esse estudo teve como objetivo a problematização da implantação e atuação das ouvidorias e as implicações geradas pela produção de novos sentidos quanto ao princípio de gestão democrática da educação superior. Por meio de uma pesquisa documental, cujos dados foram extraídos dos portais das IES, foi analisada a configuração e o funcionamento do referido órgão em termos do caráter político assumido, as implicações geradas na democratização das decisões tomadas e as demandas que contempla efetivamente. Conclui-se que a implantação e atuação das ouvidorias modificam o sentido de gestão democrática ao efetuar-se no contexto histórico político e social neoliberal, assumindo a conotação de controle social externo, diante da reconfiguração das relações entre as universidades e as comunidades atendidas.
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