Este trabalho objetivou estudar os problemas causados pela perda dentária e a falta de acesso à prótese na vida diária da população adulta, usuária de uma unidade de saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSBH). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada por meio de entrevistas abertas, semi-estruturadas, com 20 pacientes atendidos no Centro de Saúde Boa Vista, pertencente à Regional Leste. Os resultados mostraram que os problemas vivenciados pelos pacientes foram tanto funcionais quanto psicossociais, e os sentimentos relatados com a perda dentária, bastante negativos. Os pacientes apontaram as deficiências do serviço prestado ao adulto, revelando a sua pouca resolutividade, uma vez que só a atenção básica é ofertada, o que tem acarretado a extração de dentes em condições de serem recuperados. Tal situação é agravada pela não oferta da prótese dentária para reabilitação estética e funcional. Concluiu-se que o Programa de Saúde Bucal da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, realizado no Centro de Saúde Boa Vista, mostrou-se insuficiente e ineficaz para resolver a maioria das necessidades odontológicas que os usuários adultos apresentam.
O Brasil vivencia na atualidade uma situação na qual velhas endemias, que se pensava esquecidas, ressurgem com grande impacto e muitas vezes com perfis de morbi-mortalidades diferentes daqueles já conhecidos. Este é o caso da leishmaniose visceral, uma doença caracteristicamente rural e associada a condições precárias de vida, que encontra no espaço urbano ambiente favorável para se estabelecer e desenvolver. O município de Belo Horizonte convive, desde 1993, com uma epidemia de calazar humano e canino. Foram feitas a reconstrução histórica da enfermidade e a caracterização de alguns aspectos demográficos dos casos humanos. Aparentemente a doença foi introduzida em Belo Horizonte a partir de focos existentes em municípios vizinhos, como Sabará. Os Distritos Sanitários Leste e Nordeste foram os mais acometidos. A evolução espacial da epidemia mostrou que os casos caninos precederam os humanos, confirmando a importância do cão como reservatório do calazar em áreas urbanas. O risco de adoecer foi maior em crianças menores de 15 anos. A situação de Belo Horizonte ilustra muito bem o processo de urbanização de enfermidades tradicionalmente rurais, vivenciado por várias cidades brasileiras.
OBJETIVO: Estudar o padrão de prescrição de medicação antimicrobiana e analgésica/ antiinflamatória de uso sistêmico na clínica odontológica. MÉTODOS: Estudo observacional realizado a partir de questionários respondidos por uma amostra representativa randômica de 163 cirurgiões-dentistas, clínicos gerais, da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Alguns dos aspectos verificados foram a prevalência de prescrições dessas medicações nas duas semanas anteriores à aplicação do questionário; uso do nome genérico nas receitas odontológicas; realização de cursos de reciclagem em farmacologia; auto-avaliação sobre o grau de conhecimento e importância dada a esta disciplina para a prática profissional e preenchimento de fichas clínicas e registro nestas das prescrições realizadas. RESULTADOS E CONCLUSÕES: Observou-se que os medicamentos são prescritos pelo nome comercial, com tendência a prescrever mais freqüentemente antiinflamatórios em relação aos analgésicos. Uma percentagem de 13% de indivíduos não realiza ficha clínica para todos os seus pacientes e cerca de 43% da amostra não registra suas prescrições. Os cursos de reciclagem em farmacologia parecem não alterar a auto-avaliação sobre o nível de conhecimento em farmacologia e o uso do nome genérico.
Com o objetivo de verificar a imagem do cirurgião-dentista, os autores desenvolveram um estudo qualitativo na cidade de Belo Horizonte, no ano de 1994. Foram realizadas 80 entrevistas, com um roteiro aberto e uma amostra de conveniência, em duas etapas. A 1ª etapa era composta de 40 pessoas na faixa etária de 20-30 anos (10 homens e 10 mulheres com até o 1º grau completo e 10 homens e 10 mulheres cursando, no mínimo, o 3º grau) e a 2ª etapa, composta de 40 pessoas na faixa etária acima de 50 anos (10 homens e 10 mulheres com até o 1º grau completo e 10 homens e 10 mulheres cursando, no mínimo, o 3º grau). Os dados colhidos foram analisados segundo a Técnica de Análise de Conteúdo. O medo e a dor estavam fortemente associados à imagem do dentista, sendo relacionados ao instrumental e ao tratamento. Em alguns relatos de pessoas de 20-30 anos, o cirurgião-dentista apresentou uma imagem negativa, aparecendo como um carrasco, um castigo; em contrapartida, em outros relatos, ele assumiu características positivas, um profissional da saúde. As pessoas acima de 50 anos destacaram uma evolução do profissional em aspectos técnicos e de relacionamento. Para todas as categorias analisadas, os discursos se assemelham independentemente do sexo e grau de instrução
Este trabalho busca recuperar a história jornalística da epidemia de leishmaniose visceral que acomete o município de Belo Horizonte, Brasil, desde 1993. Este resgate se fez através da sua história cronológica e das construções narrativas e discursivas sobre a epidemia em 101 matérias publicadas na grande imprensa, durante o período de 1993 a 1996. Utilizando-se como orientação metodológica a proposta de Foucault (1972), em seu trabalho "A Arqueologia do Saber", a análise aponta para a configuração de três grandes discursos, caracterizando grupos temáticos, nas matérias estudadas: o da Ciência, o do Estado e o da Sociedade. Cada um dos grupos contribui para a construção da doença no espaço jornalístico e veicula opiniões próprias de cada um destes universos. Dessa forma, a leitura dos textos jornalísticos permite o desnudamento de outro processo epidêmico, que se desenvolve paralelamente àquele que acomete as populações humana e canina, expresso nas construções narrativas sobre a leishmaniose visceral nos textos de jornal.
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