A censura na sociedade disciplinar moderna se caracterizava negativamente pela proibição de narrar certos acontecimentos de certos modos e positivamente pela obrigação de narrar certos acontecimentos dentro de uma determinada maneira de interpretar. A figura do policial burocrata, sob a forma do censor, caracteriza esse modo de exercer o comando na esfera do consenso social. O censor inserido entre o meio e seu público tornava-se o editor final das narrativas veiculadas. Na pós-modernidade o monitoramento do que é dito por meio dos diferentes canais, a forma mercatorial publicitária de construção de consenso e a utilização os serviços de advocacia por meio das leis que giram em torno da questão da propriedade intelectual exercem o controle sobre as narrativas. A Internet permite o pleno monitoramento e vazamento daquilo que nela circula, impedindo o controle advocatício da circulação das narrativas. As lutas biopolíticas por meio do anonimato e do vazamento fazem valer a franqueza como forma de luta para a construção democrática dos novos modos de viver e de governar.
CIBERCULTURA Ontologia da liberdade na rede: a guerra das narrativas na internet e a luta social na democracia RESUMO Esse artigo visa, em retrospectiva, analisar os fundamentos políticos que regem os discursos de liberdade que são disseminados pelos atores que constroem a internet de hoje e de ontem. Esta análise visa extrair um modo de compreender a economia do poder em disputa, instaurada pelos diferentes atores em conflito da sociedade em rede. Para tanto vamos avaliar os processos de narração coletiva dos acontecimentos públicos, entendidos como laboratórios dessas disputas. Desta avaliação vai emergir que as novas narrativas multitudinárias vão fazer a passagem do modelo informacional das mídias, que privilegia a acumulação quantitativa proprietária de elementos, para o modelo comunicacional das multimídias, que privilegia a coordenação da ação coletiva nos movimentos.
RESUMO O artigo investiga a noção de algoritmo debatida no campo da cibernética, principalmente nos recentes estudos sobre automação, considerando a problemática da tecnicidade levantada por Gilbert Simondon. A hipótese da algoritmização da vida baseia-se na relação do homem com o mundo aspirando à concretização de problemas práticos. O objetivo é refletir o algoritmo na cultura da técnica e contribuir para um debate crítico no campo da organização da informação. Assim, em vez de pensar o algoritmo como neutro e, entre otimismos ou pessimismos, salvador ou vilão, propomos refletir suas potencialidades como objeto técnico capaz de organizar a interação entre humano e máquina.Palavras-chave: Algoritmo; Técnica; Simondon; Organização da Informação; Cibernética.ABSTRACT The article investigates the notion of algorithm debated in the field of cybernetics, especially in the recent studies on automation, considering the technicality problematic raised by Gilbert Simondon. The goal here is to reflect the algorithm in the culture of the technique and contribute to a critical debate in the field of information organization. Thus, instead of thinking of the algorithm as neutral and between optimisms or pessimisms, a villain or a savior, we propose to reflect its potential as a technical object capable of organizing the human-machine interaction.Keywords: Algorithm; Technique; Simondon; Information Organization; Cybernetics.
O presente artigo aborda a maneira pela qual canais de tv aberta veicularam o episódio da reunião minesterial da OMC (Organização Mundial de Comércio) ocorrida em 1999 e mostra como essa cobertura jornalística foi contestada pela emergência de uma nova mídia, o IMC (Independent Media Center) localizado principalmente na internet.
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