As Zonas Climáticas Locais (ZCLs) de uma cidade representam padrões espaciais de elementos da superfície capazes de provocar efeitos no clima urbano. Além da morfologia, os elementos do espaço podem ser analisados por sua temperatura da superfície (Ts), através de produtos de sensoriamento remoto termal satelital, como o AST08, do sensor ASTER. Esta Ts pode ser analisada espacialmente a partir de ZCLs, revelando suas variações espaciais e temporais. Este artigo teve como objetivo analisar a variabilidade espacial e temporal da Ts de imagens ASTER considerando como unidades espaciais ZCLs da cidade de Cuiabá, Brasil. Foram mapeadas as ZCLs de Cuiabá. Obteve-se imagens ASTER de diferentes datas e horários. Comparou-se as ZCLs com a Ts de diferentes condições temporais, sazonais e horárias. Verificou-se variações na Ts em diferentes horas do dia, de manhã e noite. Verificou-se uma variabilidade sazonal na Ts, relacionada a condição climática tropical com inverno seco. A Ts apresenta uma variabilidade espacial e temporal paralela com as ZCLs analisadas.

O Sistema Clima Urbano (SCU) é uma proposta teórico-metodológica para o estudo do clima urbano. Um de seus níveis de resolução é subsistema termodinâmico, que agrupa características termodinâmicas dos elementos e fenômenos do clima citadino. Produto deste subsistema, a estrutura térmica espacial urbana é uma concepção teórica da manifestação espacial do ganho de energia e da condição de temperatura dos elementos do espaço urbano. O reconhecimento e descrição da estrutura térmica espacial permite inferir sobre a manifestação e grau de magnitude de características e fenômenos climáticos urbanos, servindo como ferramenta para compreensão destes processos na vida e planejamento das cidades. Este artigo teve como objetivo analisar o conceito de estrutura térmica espacial urbana na obra Teoria e clima urbano, de Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro. Se analisa o conceito pela obra de Monteiro, em seu possível desenvolvimento, significado e aplicabilidade. Verifica-se que a estrutura térmica espacial urbana é uma concepção teórica da condição espacial térmica do espaço urbano, observada empiricamente na relação entre o espaço urbano e sua atmosfera adjacente. Desde sua publicação, a teoria do SCU influenciou inúmeras pesquisas no Brasil e exterior, provando sua consistência prática científica.