Resumo O ano de 2013 apresentou, no Brasil, formas de contestação social que oferecem instigantes problemas à ciência política. Este artigo se situa nesse contexto para se dedicar à compreensão, mediante um estudo de caso, da Frente de Luta do Transporte Público (FLTP) na cidade de Goiânia. A indagação condutora da pesquisa é a seguinte: o que se pode inferir, a partir do caso da FLTP, sobre as mais comuns generalizações atinentes ao local dos acontecimentos, às demandas expressadas e à relação entre ativismo e repressão nos protestos que tiveram lugar no Brasil em 2013? Tal ampla questão é articulada em três eixos, nomeadamente: a relação entre o caso estudado e as tensões de ordem colonial que contrapõem o centro brasileiro, situado no Sudeste, às localidades periféricas, como o Centro-Oeste (i); a relação entre a FLTP e os outros movimentos ou partidos, em especial quanto à coesão ou ao foco das demandas pleiteadas (ii); e a relação da FLTP com o aparato coercitivo e penal-persecutório do Estado (iii). O artigo encerra um estudo de caso baseado na metodologia da pesquisa-ação. O seu principal resultado é a refutação de três generalizações comuns sobre os protestos brasileiros de 2013, atinentes ao local onde se iniciaram, às demandas apresentadas e à relação entre as manifestações e a repressão policial.
Omissões e seletividades da ciência política brasileira:lacunas temáticas e seus problemas sócio-epistêmicos Omissions and selectivities in Brazilian political science: thematic gaps and its social-epistemic problemsA ciência política brasileira vive um momento de intensa avaliação crítica e efervescente reflexão metacientífica. Em sua primeira seção, este artigo apresenta e explica esse contexto. Em seguida, propõe uma contribuição ao debate, cingida ao tema da seletividade da pesquisa científico-política brasileira, assim qualificada como atributo que a conduz a uma relativa omissão quanto a investigações dedicadas às práticas de ativismo, protesto e confronto. Sob esse amplo campo temático, ambiciona-se a consecução de dois objetivos, revestidos, respectivamente, de naturezas preponderantemente teórica e empírica.O primeiro, cumprido ao longo da segunda seção, atém-se à proposição de uma tipologia alegórica que logrará classificar a produção intelectual brasileira no campo da ciência política. O enfoque recai sobre os objetos estudados, seja em sentido estático (parlamento, movimentos sociais, fóruns participativos etc.), seja em acepção dinâmica (eleições, eventos de protestos, fluxos de opinião etc.). Sob a constatação de que o objeto precípuo da ciência política é a relação social de poder, pretende-se classificar a pesquisa brasileira com base nos "lugares" ou conjuntos específicos de relações para os quais os cientistas dirigem seus olhares quando querem entender essa relação, inobstante a Revista Brasileira de Ciência Política, nº19. Brasília, janeiro -abril de 2016, pp. 11-45.
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