É comum na Educação de Jovens e Adultos (EJA) uma suspeita sobre a capacidade cognitiva dos estudantes, assumindo que eles não conseguiriam aprender ciências da natureza, pois esta seria supostamente uma ciência muito abstrata. Por outro lado, tentando combater essa concepção, muitos trabalhos terminam por advogar que o ensino de ciências da natureza deve se vincular ao dia a dia e apelam para uma valorização do saber espontâneo dos estudantes da EJA, quase desvalorizando o conhecimento escolar, desconsiderando, assim, a importância que os conhecimentos científicos têm para o desenvolvimento do sujeito para além das suas necessidades e usos imediatos. Entendendo que nenhuma dessas concepções potencializa o trabalho na Educação de Jovens e Adultos, este trabalho tem como objetivo debater qual o papel do conhecimento científico no pensamento dos adultos e visa, a partir dos fundamentos da psicologia histórico-cultural, tensionar visões preconceituosas sobre os alunos da EJA, ao mesmo tempo que evidencia o impacto do conhecimento científico no pensamento dos alunos desse segmento. O artigo é dividido em duas partes, na primeira, apresenta-se uma análise do funcionamento e desenvolvimento do pensamento sobre as teorias de Lev Vigotski e Vasili Davidov, na segunda parte, na mediação com o ensino de ciências da natureza, tratamos das contribuições para o desenvolvimento do pensamento teórico na EJA.
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