Este trabalho analisa a (não) assunção da responsabilidade enunciativa em artigos científicos produzidos por estudantes de Letras. Objetiva identificar, descrever e analisar a materialização da responsabilidade enunciativa, mostrando a quem são atribuídos os enunciados, considerando, mais precisamente, as indicações de quadros mediadores. O trabalho segue, entre outros, os postulados de Adam (2008), acerca da Análise Textual do Discurso (ATD) e da responsabilidade enunciativa dos enunciados, de Passeggi et al. (2010) e Rodrigues, Passeggi & Silva Neto (2010), em que se tem uma exposição pontual daquilo que caracteriza a abordagem de Adam para a ATD, e de Rabatel (2009), em discussão sobre o fenômeno da responsabilização. A análise do corpus revela que o estudante (L1/E1): (i) não assume a responsabilidade enunciativa dos enunciados, mas imputa a responsabilidade a uma fonte do saber (e2); (ii) materializa PdV anônimo, uma vez que não é possível identificar a fonte, o responsável pelo enunciado; (ii) o enunciador (L1/E1) assume claramente a responsabilidade pelo conteúdo enunciado; (iv) o enunciador (L1/E1) assume o dito, mas faz isso na dependência de uma mediação perceptiva. Os resultados evidenciam, portanto, além do diálogo materializado entre o estudante e os autores e/ou teóricos tidos como referenciais na área do saber, o comportamento discursivo desse estudante diante do discurso do outro, em que possibilidades várias existem de fazer menção a eles sem assumir o dito, de compartilhar com eles a responsabilidade, ou ainda de concordar, discordar, apoiar-se, entre outros.
Este trabalho investiga a prática de ensino de produção de texto em perspectiva dialógica no Ensino Fundamental I. Mobiliza a filosofia do Círculo de Bakhtin, sobretudo Bakhtin (2011), Volóchinov (2013, 2017) e pontos de vista de Antunes (2003), Koch (2006), Marcuschi (2008) etc. Metodologicamente, a pesquisa é bibliográfica e aponta para conceitos que fundamentam o ensino de produção textual. Como resultado, constatou-se que a prática de ensino-aprendizagem de escrita em perspectiva dialógica evidencia aspectos relacionados com o texto como instância material da orquestração de vozes sociais.
Este trabalho objetiva investigar as formas de introdução do discurso citado mobilizadas na tessitura de artigos científicos produzidos por pesquisadores especialistas, mais especificamente pesquisadores da área de Geografia. Como fundamentação teórica, buscamos respaldo, principalmente, em postulados de Bakhtin (1990, 2006), Authuier-Revuz (1990; 2004), Maingueneau (1996; 2002) e de Marcuschi (2007). O corpus é composto por 10 (dez) artigos científicos produzidos por especialistas (doutores) da área de Geografia e publicados no periódico Sociedade & Natureza entre 2008 a 2010. A análise mostra ocorrência de quatro formas de introduzir o discurso citado, a saber: (i) os recursos tipográficos, sendo esses os introdutores mais mobilizados na escrita dos artigos científicos; (ii) os grupos preposicionais, segunda forma de introduzir mais mobilizada; (iii) o verbo dicendi + “que” e (iv) os verbos introdutores que aparecem, respectivamente, em penúltimo e último lugar, em termos de ocorrências nos textos investigados. A predominância dos recursos tipográficos revela uma tendência dos especialistas em: (i) tentar uma aproximação em relação ao discurso do outro; (ii) não interferir nos sentidos do discurso do outro citado na materialidade textual; (iii) exigir um maior esforço do leitor na compreensão dos discursos citados, visto que os recursos tipográficos não fornecem pistas ou indicação semântica sobre o conteúdo do discurso citado. Ademais, os dados revelam uma tendência mais geral de como os sujeitos enunciadores lidam com o discurso do outro, como eles mobilizam esses outros discursos, que funções essas vozes de outrem exercem no discurso dos enunciadores.
Este trabalho objetiva investigar memórias do comunismo no contexto da pandemia Covid-19 no cenário brasileiro. Especificamente, estudamos os enunciados que materializam memórias do comunismo, mais precisamente analisamos postagens da rede social Twitter 3 , que associam o evento Covid-19 ao comunismo. Como resultado, concluímos que a memória entoacional que, em perspectiva dialógica, discursiviza a Covid-19 como criação do comunismo reflete e refrata pontos de vista descontínuos historicamente, bem como revela as visões de sujeitos que têm suas consciências formadas e modeladas por camadas ideológicas nas e pelas quais ser comunista representa ser ativista de um regime que luta contra a ordem institucional do poder político que está no mando.
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