A educação pública brasileira enfrenta impasses na política de democratização da universidade com o desmonte da política educacional pelo governo ultraconservador. Essa política impacta no aumento da exclusão educacional dos povos do campo. Diante desse contexto, a educação do campo vem produzindo uma concepção de extensão popular que reafirma a valorização dos saberes dos camponeses na produção de uma educação libertadora. A extensão popular articula o diálogo entre conhecimento científico e popular no fortalecimento da pedagogia da alternância e na defesa da Educação do Campo. Interpelados pela problemática: como a extensão popular, no contexto da educação do campo, contribui com a descolonização da extensão universitária? A abordagem qualitativa e a investigação-ação participante fundamentam as bases metodológicas da pesquisa, com relação a análise dos dados utilizamos o método dialético. Os aportes teóricos que fundamentam a investigação: Freire (2006); Santos, (2010); Borda, (1981); Medeiros, (2010). Os resultados apontam para necessidade de descolonização da concepção de extensão acadêmica pelos princípios da extensão popular que se realiza pelo interconhecimento entre saberes científicos e saberes populares; articula novas bases teórico-metodológicas no trabalho educativo por meio de metodologias participativas. A extensão popular constitui os princípios para construção do conceito de extensão descolonial, que se efetiva pela intervenção ativa dos sujeitos do campo a partir de uma pedagogia participante que promove a descolonização do conhecimento e da universidade.
Os saberes originários e ancestrais do povo indígena Gamela, fundamentados na Educação Popular, protagonizam a luta pela permanência na terra e a autoidentificação de sua etnia, e constituem o tema central desse estudo. O questionamento de partida: como a Educação Popular contribui com processos formativos e educativos na luta do povo indígena Gamela, na comunidade Laranjeiras no Sul do Piauí? A abordagem qualitativa, a pesquisa do tipo investigação-ação participante, em Borda (1981), e a análise dialética qualificam a metodologia de descolonização do conhecimento na luta pelo direito ao território. As expedições pedagógicas reafirmam as experiências, os processos educativos e formativos do povo indígena Gamela, baseado na educação para o uso dos recursos hídricos, para o manejo sustentável das plantas nativas, como o buriti, e a luta pela posse da terra, enfatizando a diferença entre os direitos da posse da terra indígena e da terra civil, conforme prevê a constituição brasileira.
Este trabalho investiga a prática de ensino de produção de texto em perspectiva dialógica no Ensino Fundamental I. Mobiliza a filosofia do Círculo de Bakhtin, sobretudo Bakhtin (2011), Volóchinov (2013, 2017) e pontos de vista de Antunes (2003), Koch (2006), Marcuschi (2008) etc. Metodologicamente, a pesquisa é bibliográfica e aponta para conceitos que fundamentam o ensino de produção textual. Como resultado, constatou-se que a prática de ensino-aprendizagem de escrita em perspectiva dialógica evidencia aspectos relacionados com o texto como instância material da orquestração de vozes sociais.
Maria do Carmo Alves do Bomfim 3 ResumoEste artigo estuda a relação entre a liguagem crítico-reflexiva e a educação popular como possibiliades de descolonização dos saberes docentes. Apresenta resultados parciais de uma pesquisa de doutorado, de natureza qualitativa, a qual tem como objetivo evidenciar a complexidade que permeia o processo formativo e a prática de professores que atuam no âmbito da educação popular, tendo em vista que é um campo que envolve diferentes contextos e saberes diversos. Nesse sentido, é importante que os professores se reconheçam como sujeitos aprendentes que se constroem nas relações como seres humanos e como profissionais. Assim, pensar esse processo significa reconhecer o professor como sujeito histórico e social, edificado por meio de contextos também históricos e socialmente construídos e imbricados por inúmeras possibilidades que exigem posições efetivas frente à educação atual. Para tanto, utiliza como subsídio teórico autores como: Giroux (1997), Gonçalves (2006), Liberali (2010), Sousa (2009), Tardif (2002, entre outros. Como resultado parcial da pesquisa, destaca-se que para se alcançar uma formação docente que atenda às exigências atuais da educação popular se faz necessária a edificação de mecanismos que promovam uma atuação crítico-reflexiva, significativa e transformadora, a qual relacione teoria e prática dialogicamente. Ressalta-se também que é preciso considerar alguns fatores, como a implementação de princípios éticos que promovam a autonomia, a responsabilidade, a solidariedade, além de adotar uma concepção de educação norteada pelos direitos humanos, pela mediação de conflitos, com foco na convivência humana subsidiada por uma educação de paz, a qual busca a função social e humana do ensino.Palavras-Chave: Educação Popular. Formação Docente. Saberes Docentes. Linguagem Crítico-Reflexiva. CRITICAL-REFLECTIVE LANGUAGE OF POPULAR EDUCATION IN DECOLONISATION OF TEACHERS' TRAINING AND KNOWLEDGE AbstractThis paper studies the relationship between critical and reflective liguagem and popular education as possibiliades decolonization of teaching knowledge. Presents the results of a doctoral research, qualitative, which aims to show the complexity that permeates the training process and the practice of teachers who work in popular education, with a view that is a field that involves different contexts and diverse knowledge. Therefore, it is important that teachers recognize themselves as subjects learners that build relations as human beings and as professionals. So, think this process is to recognize the teacher as historical and social subject, built by historical contexts and also socially constructed and interwoven by numerous possibilities that require effective positions against the current education. We also use as a theoretical allowance authors
A temática da Licenciatura em Educação do Campo (Ledoc) aparece na universidade pública como uma política educacional historicamente reivindicada pelos movimentos sociais camponeses que advogam em favor da formação de educadores com habilidades específicas para atuarem nos vários contextos formativos do campo, considerando as realidades camponesas. Esse estudo, tem como objetivo apresentar algumas singularidades socioeducacionais dos discentes da Ledoc matriculados na Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campus Professora Cinobelina Elvas (CPCE), mais especificamente os ingressos no interstício de 2014 a 2018 – visando problematizar as realidades socioculturais campesinas diante de um universo científico-acadêmico excludente e elitista, que ainda hegemoniza a centralidade da universidade. Com relação ao método da pesquisa e análise dos dados, foram utilizados uma abordagem qualiquantitativa, com pesquisa tipo participativa. Concluímos afirmando que o logo processo de negação do direto à educação aos camponeses pelo Estado coloca a necessidade de democratização da universidade por meio da constituição de uma cultura acadêmica que considere as especificidades socioculturais campesinas na superação das desigualdades educacionais, na redução do analfabetismo no campo e na ampliação da oferta no acesso ao ensino superior.
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