O presente estudo tem como objetivo analisar o processo de elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) entre 2014 e 2018 no Brasil. Desde as perspectivas de Basil Bernstein nos estudos sobre currículos, analisamos quatro documentos e suas propostas em três contextos políticos: a) a fase de consolidação da ideia de Educação Básica abrangente, da Educação Infantil ao Ensino Médio e dos direitos à aprendizagem (2012 a 2014); b) a fase da conciliação entre as perspectivas dos direitos da aprendizagem e das matrizes de conteúdos elaboradas no sistema de avaliação em larga escala (2015 e 2016) e posterior rompimento do debate nacional junto da reforma do Ensino Médio (2016 a 2017); c) a fase de finalização da BNCC, especialmente a parte do Ensino Médio (2017-2018). Demonstramos também o quadro das quatro propostas de BNCC e a situação da Sociologia nos respectivos documentos (2014; 2015; 2016; 2018). A análise indicou que a Sociologia presente nas quatro propostas foi capturada pelo discurso pedagógico hegemônico e predominante em cada debate. O discurso pedagógico ainda está codificado pelos persistentes embates dos princípios que organizam os currículos em torno dos componentes curriculares (disciplinas) ou do modelo das competências e habilidades.
um debate necessário 1 "Um dos principais obstáculos para uma sociologia científica é o uso que fazemos de oposições comuns, pares de conceitos, ou o que bachelard chama "pares epistemológicos": construídos pela realidade social, eles são impensadamente usados para construir a realidade social. Uma dessas antinomias fundamentais é a oposição entre objetivismo e subjetivismo. " (P. Bourdieu
Este artigo reflete a respeito dos desafios para os programas de pós-graduação stricto sensu das áreas de Ciências Sociais\Sociologia diante das demandas de formação continuada de docentes de Sociologia na Educação Básica. Partindo de estudos já realizados a respeito da produção sobre o Ensino de Sociologia, após 1993 (HANDFAS e MAIÇARA, 2012; NEUHOUD, 2014), investiguei quais programas de Ciências Sociais e Sociologia oferecem linhas de pesquisa com essa temática ou mesmo com o termo mais genérico, Educação. O documento do comitê de Sociologiada Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior-CAPES, referente ao triênio 2010-2012 (CAPES, 2013),contemplou 49 cursos aptos a serem avaliados. Dentre esses cursos, 9 possuem linhas deeducação ou ensino de sociologia. Avaliamos as razões e o que isso significa para a inserção da formação continuada de docentes da Educação Básica nos cursos de pós-graduação stricto sensu de mestrado e doutorado acadêmicos. Apresentamosalguns direcionamentos do documento da CAPES, “Plano Nacional de Pós-Graduação – PNPG 2011-2020” de 2010, em que há um reconhecimento de que a Educação Básica deve ser alvo das ações de todas as áreas de conhecimento organizadas nos programas de pós-graduação avaliados pela CAPES. Finalmente, destacamos a criação de cursos de Mestrado Profissional voltados para os\as professores\as da Educação Básica, também na área de Sociologia.
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