O modelo educacional tecnologicamente orientado, de caráter exclusivamente profissional, concebe o aluno apenas pelo seu viés cognitivo, e de modo parcial, com capacidade apenas para absorver conhecimentos e reproduzi-los sem expressão individual alguma. Tal modelo, mecânico e instintivo, priva o aluno da sua criatividade, limita o processo de apropriação cultural, impede o aluno de ser o sujeito da sua construção e encurrala o professor na condição de mero explicador de conteúdo. Não haverá beleza no fazer científico? Não causa encantamento o descobrir que, na fornalha de uma locomotiva, ao acender dos carvões de pedra, brilham raios de sol extintos há milênios? O ato de educar não é um ato de comunicação? A Arte não engloba todas as formas de expressão humana? Como dissociar, então, Ciência e Arte? Para superar equívocos de uma educação unilateral, cognitiva, pautada apenas no determinismo e na causalidade, é necessário repensar a dualidade Ciência-Artes, razão-subjetividade. Este artigo, através de uma análise documental, qualitativa, descritiva e exploratória, empregando recursos de análise de conteúdo (Bardin, 2016), visita e discute alguns documentos oficiais que orientam a educação brasileira, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e Base Nacional Comum Curricular, acentuando aspectos relevantes do diálogo Ciência e Arte para viabilizar uma educação integral, que contemple o aluno em sua completude, tornando-o mais autônomo, consciente, autoconfiante, reflexivo e participativo.