Este estudo teve por objetivo examinar a percepção de profissionais de Psicologia sobre a assistência oferecida aos usuários de álcool e outras drogas. Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, de abordagem qualitativa, realizada em quatro municípios da região noroeste de São Paulo, no primeiro semestre de 2018. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada realizada com sete profissionais vinculados a quatro Centros de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas. Os participantes eram majoritariamente do sexo feminino, com idades entre 29 e 56 anos, casados, e haviam se graduado entre cinco e 35 anos. Os relatos foram submetidos à análise de conteúdo, sendo destacadas três categorias temáticas: participação familiar no tratamento: a família é percebida como fonte de apoio, quando presente de maneira efetiva no espaço de tratamento; dificuldade de adesão ao tratamento: é ressaltada a elevada incidência de desistência do tratamento por parte dos usuários; adicção à droga como sintoma do vínculo adoecido: os prejuízos físicos e psíquicos identificados são compreendidos como resultantes da psicopatologia das configurações vinculares. O fortalecimento dos vínculos e da rede pessoal de apoio dos usuários é apontado como estratégia fundamental no contexto do cuidado em saúde.
Resumo: O propósito do presente artigo é apresentar uma reflexão sobre a proposta do acompanhamento terapêutico (AT) como um espaço favorecedor para a saúde mental, enfocando, principalmente, as possibilidades a partir do olhar do terapeuta no contato com o paciente e a ambiência familiar, ambos comportando particularidades significativas. Por meio de encontros semanais realizados em lugares distintos, constatamos que a precariedade de recursos psicológicos e sociais pode ser o modus operantis, não apenas do paciente.
Resumo: O Acompanhamento Terapêutico tem seu início na América Latina, sob a influência da psicologia social de Pichon-Rivière e no âmbito da Reforma Psiquiátrica, representando uma atividade clínica com vistas à ressocialização de pessoas ligadas ou não aos serviços de saúde mental. O objetivo deste trabalho é relatar uma experiência de estágio na área de Acompanhamento Terapêutico com um jovem adulto diagnosticado com autismo grau leve, que apresenta elevada persecutoriedade, compulsão por acumulação e isolamento social exacerbado. Algumas das intervenções realizadas contaram com a presença dos pais do paciente que, através de seus vínculos estreitos, puderam ser identificados como participantes tanto do processo de adoecimento, quanto da superação das dificuldades apresentadas. Articulando a teoria do vínculo, proposta por Pichon-Rivière à noção de ser-com o outro da fenomenologia existencial, os encontros procuraram propiciar ao paciente uma escuta atenta, uma compreensão de seu sofrimento psíquico e as limitações a ele atrelados e um acolhimento de seu modo de ser sem julgamentos, mas sempre buscando levá-lo a questionar suas cristalizações e possibilidades de superação. Ao final dos atendimentos, o paciente apresentou um pensamento mais organizado e integrado, onde a experiência da angústia pôde ser vivida como abertura para novas possibilidades de ser-nomundo-com-os-outros.
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