Introdução: pacientes com doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) têm de 10 a 15% de chance de desenvolver esôfago de Barrett. Este pode evoluir para displasia e adenocarcinoma esofágico. Objetivo: avaliar fatores relacionados à detecção de displasia em pacientes com esôfago de Barrett longo. Metodologia: estudo retrospectivo com análise de informações de 18 pacientes com diagnóstico de esôfago de Barrett longo, colhidas de bancos de dados dos serviços de Endoscopia e Patologia e prontuários do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC-UFC), no período de 2010 a 2015. Os pacientes foram divididos em dois grupos para comparação, grupo sem displasia (N=11) e grupo com displasia/adenocarcinoma (N=7). Resultados: do total de 18 pacientes com esôfago de Barrett longo no HUWC, 72% eram do sexo masculino, 47% tinham mais de 50 anos, 64% apresentavam sintomas típicos de DRGE, 23% eram tabagistas, 77% tinha hérnia hiatal, 50% realizaram fundoplicatura. Não houve diferenças estatísticas destas características entre o grupo com e sem displasia. Entretanto, o grupo com displasia teve uma média de 5 endoscopias/paciente, enquanto o grupo sem displasia teve apenas 2 endoscopias/paciente(p<0,05). Conclusão: O maior número de endoscopias realizadas foi um fator relacionado à maior detecção de displasia/adenocarcinoma em pacientes com esôfago de Barrett no HUWC-UFC.
As doenças inflamatórias intestinais (DII) são afecções imunomediadas do trato digestivo cujo tratamento pode incluir os anti-TNF alfa. Sabe-se que essas drogas podem causar desordens autoimunes, que variam desde a indução de auto anticorpos a doenças autoimunes mais sérias, como a síndrome lupus-like, que é incomum e pouco descrita na literatura. Nesse estudo, é apresentado um caso de paciente do sexo feminino, 29 anos, portadora de Doença de Crohn fistulizante, que, após 1 ano e 5 meses do uso do infliximabe evoluiu com quadro de artrite periférica em articulações das mãos, punhos e joelhos e, após 5 meses, rash malar e fotossensibilidade. A dosagem do FAN foi 1:640, padrão homogêneo, e C4 estava reduzido. Nesse contexto, foi suspeitado da síndrome lupus-like induzida pelo uso do anti-TNF alfa, sendo iniciado prednisona, e o infliximabe foi substituído por adalimumabe, ocorrendo resolução dos sintomas. Não há critérios diagnósticos específicos para lúpus induzido por drogas e geralmente os pacientes apresentam sintomas cutâneo articulares e auto anticorpos positivos, ocorrendo melhora clínica após suspensão da droga. É controverso se deveria ser reiniciado outro anti-TNF alfa ou um biológico de outra classe, sendo necessário novos estudos sobre a segurança dessas drogas em pacientes que desenvolveram a síndrome lupus-like.
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