A eletroforese em papel, pela sua simplicidade técnica, permitiu a utilização dêste método complementar mesmo pelos pequenos laboratórios. A sua aplicação ao líquido cefalorraqueano, entretanto, encontrou uma pequena dificuldade, resultante da pobreza habitual do liquor em proteínas. Por isso é necessário que o liquor seja prèviamente concentrado de tal forma que se assemelhe ao sôro sangüíneo. MATERIAL E MÉTODOSO processo de concentração do liquor por nós adotado ( fig. 1) consiste em uma modificação daqueles propostos por Mies 3 e Schõnenberg 7 . Êste método baseia-se na ultrafiltração sob pressão negativa, utilizando-se membrana dialisante de coló-dio especialmente preparada.Com êste processo conseguimos reduzir 5 ml de líquor a 0,05 ml em um tempo de 1,5 a 2 horas, o que representa fator importante no trabalho, pois permite rapidez na obtenção do resultado e oferece mais segurança quanto à possível desnaturação das proteínas nesta fase. A perda de proteínas nesta etapa é, em média, de 15% e se processa igualmente à custa de tôdas as frações.Devido à diversidade de métodos adotados pelos diversos pesquisadores, observa-se certa variação do conceito de normalidade. Assim é necessário que cada laboratório, uma vez padronizado o seu processo, estabeleça o seu conceito de normalidade para poder interpretar corretamente os perfis eletroforéticos em casos patológicos.Nosso material é constituído de 300 pacientes, normais e portadores de diversas afecções neurológicas (quadro 1). RESULTADOSSegundo nossa experiência, o perfil eletroforético normal para o líquor cisternal é representado pelos seguintes valores: pré-albumina 2-7% (0,2 a 1,8 mg%); albumina 47-64% (4,7 a 16 mg%); globulina alfa, 3-8% (0,3 a 2,0 mg%); globulina alfa2 5-11% (0,5 a 2,8 mg%); globulina beta 11-25% (1,1 a 6,3 mg%); globulina Trabalho do Serviço de Neurologia da Escola Paulista de Medicina (Prof. Paulino W. Longo), apresentado à I Reunião da Academia Brasileira de Neurologia (Curitiba, 1963).
1propôs um índice, o quociente raqueano (QR), definindo-o pela fórmula: em que Pi representa a pressão inicial, Pf a final e VR o volume de liqüido cefalorraqueano (LCR) retirado entre essas duas medidas de pressão. Êste índice permitiria a medida da intensidade de queda da pressão do LCR durante a punção, e seu uso foi justificado por seu comportamento em 17 casos de tumores cerebrais (QR abaixo de 5) e em 40 casos de meningite serosa (QR acima de 7). Estas observações foram confirmadas por Balduzzi 3 no ano seguinte. Considerando-se o LCR como contido em um reservatório elás-tico, interpretou-se o QR como tradução da influência de fatôres puramente físicos sôbre a sua pressão; admitiu-se que o volume de liquor fôsse pequeno em casos de tumores cerebrais e grande nos de meningite; como conseqüên-cia, sendo o reservatório pequeno, o volume retirado seria proporcionalmente grande em relação ao volume total, resultando queda grande da pressão e um QR baixo. Inversamente, sendo grande o reservatório, o volume de LCR retirado durante a punção seria relativamente pequeno diante do total, resultando pequena queda de pressão e um QR alto (Ayer 2 ).
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